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A mãe e o dia das mães, por Rafael Massoto



Escrevi esse pequeno texto a pedido da minha coordenadora no Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), do Engenho Pequeno, aqui em São Gonçalo. Ela me pediu um texto onde “Mãe” fosse o tema.

O resultado dele me fez entender ser válido trazê-lo aqui para a coluna e agradeço a minha coordenadora, Dirlane Medici, por confiar a mim a missão de escrever um texto para ser lido num momento tão especial, para pessoas tão especiais.

Dia das mães...

Ontem, aqui no CRAS Engenho Pequeno, um menino me disse que o pai dele é a mãe dele. Demorei a processar a informação. Fiquei pensativo. Fiquei pensando nos dias comemorativos... Aquele lindo menino sarará de olhos claros me fez pensar no meu avô, que morreu num 31 de dezembro.

Todo dia 31 de dezembro fico muito saudosista e na minha, pois é qualquer data que o mercado invente pra vender presentes. Não cabe no nosso dia a dia. A TV sempre falará das vendas do ano em questão. As regras do mercado são frias, são números, são lojistas animados em vender. O marketing é uma atividade criminosa - impõe como sinal de amor, um bem material.

Enquanto escrevo, minha mãe acorda e diz que teve um pesadelo. No pesadelo ela havia estragado uma panela de feijão. Assim, me faz entender que uma panela de bom feijão é um sonho.

Esse é um dia que nasceu nos Estados Unidos, que é o país da desunião. Presumo que a criadora desse dia teve boa intenção, mas o consumismo entrou em cena para ditar o formato. Ninguém irá me convencer de que um presente nesse dia seja uma prova de amor, tendo em vista, principalmente, que quem criou esse dia, criou exatamente pela ausência da própria mãe.

Com todo amor que há em mim, respeito quem comemore a data, mas venero quem vive o amor, seja na data que for. Com ternura no olhar, você saberá olhar para a vida como se a vida fosse a sua mãe, pelo simples fato de que a sua mãe foi o seu caminho para sua vida.

A minha mãe está na cozinha lavando louça e ela é o grande amor da minha vida. Eu sei que ela não quer de mim um vidro de perfume. Sei que para ela basta a luz de um sorriso. Cada qual com a sua história pessoal. Essa é a minha! Reflita na sua e entenda: Mãe ultrapassa limites, salta da compreensão.


Rafael Massoto é ativista cultural, produtor e compositor.

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