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Enchentes: estrada do Comperj aprofunda prejuízos na região do Salgueiro


Afirmação foi feita pelo subsecretário de Defesa Civil, Antonio Haag


Moradores desalojados procuraram abrigo em escola e foram resgatados pela Defesa Civil e Bombeiros/Foto: Divulgação

Os moradores de São Gonçalo sofreram bastante com as chuvas da semana passada, sobretudo os que moram na região do Grande Salgueiro e Jardim Catarina. Há relatos de desalojados até hoje nesses bairros, principalmente no Palmeiras que também sofre com o lixo acumulado.

Procuramos a Defesa Civil da cidade e conversamos com o subsecretário da pasta, Antonio Haag, 56 anos, que deu um panorama geral do trabalho realizado de auxílio às vítimas das enchentes. Ele reafirmou os prejuízos causados pela estrada do Comperj na região que represa a água da chuva e a vazão do Rio Alcântara.

Sobre esse assunto, já existe um Termo de Ajustamento de Conduta entre a empresa, ministério público e prefeitura para que se faça ações de adequação da obra às necessidades ambientais, como lembrou o secretário de Desenvolvimento Econômico, Evanildo Barreto, em entrevista ao Daki em março.

Vamos à entrevista.

Qual o balanço das chuvas que assolaram o Município de SG na semana passada?

Durante as chuvas que ocorreram entre o período das 3:00 hs da manhã do dia 09/04 até as 19:00 hs do dia 10/04, tivemos 61 ocorrências, e todas foram atendidas, nas quais o Complexo do Salgueiro, Trindade é Jardim Catarina foram os bairros mais atingidos. Só na escola João Saldanha, no Palmeiras, a Defesa Civil e equipes da Secretaria de Desenvolvimento Social (SMDS) e Bombeiros resgataram mais de 300 pessoas

Durante esse período tivemos mais de 20.000 pessoas atingidas, mais de 1.200 desalojadas, e 400 pessoas entre homens, mulheres e crianças que já retornam para suas residências no dia de hoje (14/4, data da entrevista). Nenhuma ocorrência deixou de ser atendida.

A Defesa Civil de São Gonçalo tinha estrutura para enfrentar esse fenômeno?

Durante os dois últimos anos, a Defesa Civil vem realizando simulados de grande porte, movimentando mais de 500 pessoas, dentre as quais, se inserem a Cruz Vermelha, o Corpo de Bombeiros, e todas as secretarias envolvidas, direta ou indiretamente com a Defesa Civil, além de solicitar inúmeras vezes através de ofícios, ao INEA, a dragagem de vários rios de SG, já prevendo as possíveis inundações das diversas áreas atingidas.

Quero deixar claro, que a Defesa Civil sempre atua em parceria com o Corpo de Bombeiros, a Cruz Vermelha e diferentes grupos de voluntários, que frequentemente nos apoiam. Sem eles, o enfrentamento mínimo adequado não seria possível.

A estrada construída pela Petrobras naquela região é uma causa factível dessas enchentes?

O problema do Palmeiras, da Marinha e do Complexo do Salgueiro é crônico. Aquela área está abaixo do nível do mar. É óbvio que agravou mais com a criação da estrada do Comperj e com a BR-101. Esse problema é visto pela Defesa Civil e prefeitura com muita atenção. Ali não inunda quando chove, inunda 24 horas depois, porque as águas do Rio Alcântara, que vem desde Cantagalo, diminuem de velocidade justamente no Palmeiras. Com isso as águas demoram a chegar na Baía de Guanabara. Essas duas estradas pioraram a situação.

Altos estudos comprovam os prejuízos causados por essa estrada naquela região. Especialistas do meio ambiente, geógrafos e geólogos que atestam essa situação.


Como o senhor avalia a atuação da sua gestão frente à Defesa Civil?

Essa tem sido uma das maiores, e melhores experiências da minha vida, e só tenho a agradecer a oportunidade que me foi dada de ajudar as pessoas. Tenho tentado, na medida do possível, minimizar a dor das comunidades carentes, devolvendo a elas o máximo em segurança e bem estar que necessitam. Essas pessoas precisam de atenção e carinho. Não podemos, em absoluto, fechar os olhos aos problemas alheios. Temos que nos solidarizar e abraçar a causa humanitária, mas não se pode fazer gestão sem equipe.

Avalio a minha equipe de trabalho pela grandeza que possuem. São todos comprometidos com o trabalho sério, onde as necessidades da vida dos outros se sobrepõem as nossas. Formamos uma equipe integrada, atuante, e qualificada para atender o bem comum.

Atualizado às 12:58 horas.

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