A escravidão de ontem e de hoje
Por Edir Tereza dos Reis
Daki da Educação, nos debruçamos sobre o 13 de maio “Dia da comemoração da libertação da escravatura”, “Dia da Lei Áurea”, “Dia da Princesa Isabel” – honrada pelo povo brasileiro com tantas e tantas negras e brancas batizadas com seu nome por reconhecimento de sua “benevolência”.
Pelo teor das aspas, convidamos os leitores a buscarem seus fundamentos em textos de Joel Rufino dos Santos, DjamilaRibeiro, Yolanda Oliveira e Abdias do Nascimento, dentre outros. Trago à tona o conceito de escravidão – O que é escravidão? O que é ser um escravo? Quais as justificativas para a escravização de um povo?
O trabalhador tem resguardados pelo Estado seus direitos à segurança física: não pode ser chicoteado, aprisionado sem causa justa ou obrigado a realizar um serviço fora do contratado.
Eis as questões:
Quantos de nós, trabalhadores não somos impelidos à quebra desses direitos pela ideologia do Estado que nos obriga a fazer quaisquer trabalhos para sobrevivermos?
Nos prende sem provas por sermos pobres ou negros?
E pelas reportagens vemos que nos matam asfixiados e com outras formas desumanas protegidos pelo Estado que deveria garantir aos pobres e negros a Cidadania Plena!
No bojo da classe trabalhadora massacrada pelo Estado Neoliberal trago a categoria do professor público que sofre violenta retirada dos direitos verticalmente predeterminada pela política neoliberal que foi abraçada pelo governo federal e estende os tentáculos em vários estados e municípios.
Elejo um tópico do novo Plano de Cargos e Salários de São Gonçalo e sua regulamentação pela mensagem 09/GP/2022, que extingue cargos efetivos da prefeitura, no caso professores concursados com carga horária de 16h/22h.
Deduzimos que todo professor de uma matrícula que não aderir ao aumento da carga horária, será parte do quadro suplementar e os de duas matrículas só podem aderir se exonerarem uma matrícula – fato que ocasiona rebaixamento salarial.
Fica a questão:
Que garantia teremos, como integrantes de cargos extintos de que seremos contemplados com os possíveis ganhos e vantagens do quadro de profissionais vigente no município?
Todas as intercessões descritas da frágil situação política, social e econômica do trabalhador brasileiro e do povo negro escravizado é uma alerta ao neoliberalismo que escraviza com algemas invisíveis.
Concluímos a reflexão sobre escravagismo de ontem e de hoje, com um tributo a Zumbi – herói da resistência negra e com um trecho do samba enredo do Salgueiro cantado no esplendor do carnaval 2022, pós pandemia:
“(...) Hoje Cativeiro é favela/ De herdeiros sentinelas/ Da bala que marca, feito chibata (...).”
***
Colaboração e revisão Rafael Dias.
Ajude a fortalecer nosso jornalismo independente contribuindo com a campanha 'Sou Daki e Apoio' de financiamento coletivo do Jornal Daki. Clique AQUI e contribua.
Edir Tereza dos Reis é Orientadora Pedagógica e Supervisora Educacional. Pedagoga, Psicopedaga e Neurociências. Mestranda em Ensino das Ciências, membra do Coletivo ELA – Educação Liberdade para Aprender e colaboradora da Coluna "Daki da Educação", publicada às sextas.