top of page

Chapéu-de-couro no Alacomba e no Eng. Pequeno - por Erick Bernardes


Foto: https://tropicalestufas.com.br/beneficios-e-propriedades-do-chapeu-de-couro/
Foto: https://tropicalestufas.com.br/beneficios-e-propriedades-do-chapeu-de-couro/

Há algumas semanas falamos sobre a fábrica dos refrigerantes Mineirinho fundada em Minas Gerais e, posteriormente, estabelecida em Niterói, até vir a funcionar a todo vapor, atualmente, em SG.


De acordo com o próprio site da empresa: "Em 1946, em razão do seu crescimento, a firma foi transferida para Niterói, no Estado do Rio de Janeiro. A Sociedade de Refrigerantes Fusaro funcionava à Rua Padre Augusto Lamego, n. 70, no bairro São Lourenço" (s/p).


Depois da publicação da nossa crônica, algumas informações chegaram, via telefone, de leitores (niteroienses) sugerindo uma ênfase maior da cidade sorriso em nossos textos veiculados, mas vieram também áudios — via whatsapp — de gonçalenses desejosos de nos fornecer mais narrativas. E assim se deu:


— Alô, meu nome é Assis, eu vendo plantas em Tribobó, você não mencionou um fato importante no texto sobre a indústria Mineirinho.


— Sou todo ouvidos, senhor Assis.



— Quando eu era jovem, fui mateiro, sim, me embrenhava na mata e já trabalhava vendendo ervas medicinais em Niterói, mantinha uma banquinha modesta na Rua São João. Pegava as plantas na APA do Engenho Pequeno e na estrada que ligava ao Alacomba. Havia canela de velho, aroeira, pau de guiné, quebra-pedra, e tudo mais. Por incrível que pareça, em algumas partes do mato eu não ousava entrar, porque era território cultivado, tinha dono. Até que me deparei com um dos posseiros de um terreno cheio de plantas semelhantes à taioba. Esse senhor me revelou que se tratava da erva chapéu-de-couro, matéria-prima do Mineirinho. Pior que mesmo conhecendo ervas, essa planta não me parecia familiar, muito menos que o refrigerante (na época produzido em Niterói) era feito de um mato plantado em SG.


— Isso mesmo, seu Assis, hoje a plantação é em Tanguá. Reparou que SG e a Mineirinho, de uma forma ou outra, sempre estiveram ligados? Mesmo tendo fincado por um tempo suas bases na Terra de Arariboia, é aqui a sua identidade.


— Pois é ... pois é. Uma relação inexplicável.


Assim, depois dessa interessante narrativa, o velho mateiro nos ofertou uma outra história um pouco macabra sobre assunto adverso. Aguardem.


Referência:

Erick Bernardes é escritor e professor mestre em Estudos Literários.




POLÍTICA

KOTIDIANO

CULTURA

TENDÊNCIAS
& DEBATES

telegram cor.png
bottom of page