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Erick Bernardes lança 'Cambada' sobre histórias de bairros de São Gonçalo

Especial Helcio Albano


No final da tarde de 2 de agosto de 2018, chega, via aplicativo de mensagem do Jornal Daki, a seguinte apresentação:


- Boa tarde. Me chamo Erick. Sou professor e escritor. Lancei recentemente um livro de contos sobre a história de São Gonçalo. (...).


Bem, o resto é história que deu no livro Cambada: crônicas de papa-goiabas, escrito por Bernardes, obra que tive o privilégio de editar.

Cambada é uma das experiências mais fantásticas que tive em pouco mais de dez anos de fundação da editora Apologia Brasil, nascida justamente pra juntar gente da terra, talentosa e amante da cidade, como o Erick Bernardes. Experiências diversas que configuram verdadeiro privilégio como editor, cúmplice, publisher e, enfim, um metaleitor por ler, pós-ler e algumas vezes ter participado ou estar dentro do texto-memória, texto-história; e textos-fantasia adequados ao próprio feliz formato de crônicas sequenciais, sempre postadas aos domingos no site deste jornal.


Eu mesmo comi o araçá em Largo da Ideia: bate-papo e história em São Gonçalo (pág. 69). Sim amigo leitor, eu estava lá com o autor e vi de perto como se dá o seu processo de criação! Todos os dias, ao levar meu filho à escola, redivivo a estação de trem do Porto da Madama (pág.82), me deparo com as noivas do Paraíso (pág. 87) sempre a comprar o pescado do fim de semana atrás do Grand Marché, que ele de implicância omite em seu texto.


E num desses acontecimentos raros e cósmicos, viajamos, minha esposa e eu, com a Aline, motorista de Uber, logo após publicação da crônica sobre o Patronato, na qual ela é personagem.


Zé Garoto, Rodo, Brasilândia, e tantos outros bairros, lugares, ganharam novo significado depois do Erick. Ganharam vida.


Cambada reúne 40 crônicas nesse primeiro volume, e já garanto que vem um segundo volume muito em breve.


Batemos um papo com o autor e tiramos dele algumas impressões acerca da obra que inicia hoje sua campanha promocional. Hoje, excepcionalmente, a crônica de domingo é o próprio Cambada.

40 semanas e 40 crônicas depois, nasce o Cambada: crônicas de papa-goiabas. Como e por que esse livro tomou forma?


Creio que havia um espaço vago e carente desse modelo de crônica. São Gonçalo precisa e merece ter sua história oral posta em evidência, especialmente por causa da importância que o município exerceu e exerce na cultura fluminense. A oportunidade que o Jornal Daki me proporcionou foi única, um jornal de qualidade e atento ao que ocorre na cidade me abriu as portas da melhor maneira possível. Isto é, permitiu a parceria e a liberdade para falar da história que ninguém quer "contar". O livro é constituído por 40 crônicas de muita narrativa local, pensando mesmo no que os leitores gostariam de saber sobre os bairros gonçalenses. Assim como eu mesmo me divirto e aprendo com a comunidade, acredito que o leitor se divertirá também.


Professores e educadores de modo geral têm procurado você para palestrar nas escolas baseado nas suas crônicas semanais no Daki. Qual a importância da memória e história locais para a formação dos estudantes gonçalenses?


É de fato uma novidade nas escolas a apresentação da história de São Gonçalo por meio de palestras de maneira gostosa e provocativa. Acho que é isso que tem feito os textos do Jornal Daki servir de base na promoção do conhecimento que já se faz presente nas vidas dos gonçalenses. Muitas das vezes os enredos dessas narrativas surgem nas palestras que ministro, através do que os próprios professores e alunos sugerem e narram também pra mim. Lembrando que o imaginário permeado por lendas e crenças populares joga com o leitor no intuito de provocação, daí eu me sirvo disso. As histórias de uma locomotiva no Largo da Ideia ou a memória local do Porto da Madama, por exemplo, decorrem de explicações de professores e alunos das escolas nas quais eu mesmo palestrei. A comunidade oferece o conhecimento que é apenas formalizado por nós do jornal que virou livro e oferecido a outros leitores que não possuem esse conhecimendo. Cresci ouvindo por aí que não se encontra leitura acerca da história gonçalense escrita de maneira leve e prazerosa. Portanto, está aí o "Cambada: crônicas de papa-goiabas" para suprir essa lacuna, homenagem ao povo de São Gonçalo e à nossa memória histórica. Conhecer o passado para compreender o presente, via entretenimento, cai muito bem em tempos de excessos de informações descabidas e falaciosas. Enfim, oferecer material de leitura sobre o município de São Gonçalo é o nosso objetivo.


Por que Cambada?

Cambada é a metáfora do coletivo. Aliás é coletivo de caranguejos. Pois São Gonçalo é cercado por esses berços da vida que são os mangues.


Vem mais um volume por aí? Afinal, temos 92 bairros. Os moradores dos bairros que ficaram de fora podem ficar enciumados...


De fato são muitos os bairros a servirem de tema às crônicas. Virão outros volumes sim, acho que uns dois ou três novos volumes de crônicas serão pulicados pela Editora Apologia Brasil, pois todo domingo um bairro é contemplado no jornal e agora chega o primeiro deles. Mas não só lugares ditos oficiais são temas das crônicas do Cambada e de possíveis outras que irão compor outros livros futuramente. Não apenas bairros são tratados no livro, mas logradouros, sub-bairros e territórios com histórias interessantes funcionam como excelentes adubos de composição literária. Os moradores das regiões que ainda não foram abordadas nos textos podem ficar seguros que serão prestigiados. Não precisam ficar enciumados não (risos), a história oral de vocês é patrimônio gonçalense e por isso nos interessa tanto.


***


O leitor pode adquirir o livro pelos tels/zaps 21 97124-4527 ou 21 98571-9114.


Assista vídeo promocional:


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