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Geraldo Sudário: Cidadão do Samba, amigo e Feliz, por Oswaldo Mendes


Geraldo Sudário/Arquivo pessoal
Geraldo Sudário/Arquivo pessoal

Quais seriam os pilares de uma Escola de Samba? Sempre buscamos por respostas. Seriam as ditas personalidades televisivas que só aparecem quando a agremiação está “numa boa”, na semana que antecede ao carnaval - exigindo ficar longe da quadra onde o Povo suado se espreme e troca energia? Seriam nos cabelos brancos daqueles que, com movimentos já lentos de quem trabalhou a vida inteira(e ainda assim continua), ficam escondidos num canto da quadra, após um dia cuidando de netos ou bisnetos?


As indicações que ora temos recebido para que sejam realizadas matérias, nos levam a verificar histórias lindas, que muitas vezes se passam desapercebidas pela maioria daqueles que buscam uma agremiação carnavalesca para brilhar, verdadeiros cometas como definido pelo escritor Fernando Pessoa. Buscamos estrelas verdadeiras do samba. Nomes que o tempo não apagarão. Há muitos. Hoje nosso homenageado é Geraldo Sudário.


Nascido em Caratinga, Minas Gerais, em 19 de outubro de 1951, mas logo veio para o Rio de Janeiro. Morou no Jardim Botânico, Campo Grande e Niterói. Criado ouvindo música pantaneira, pois seu saudoso pai era músico no interior de Minas, com toda família ligada à música de viola, tias cantoras e primos muito alegres.


Inicialmente desfilou pelo GRES Salgueiro, no Rio, onde fez parte da Ala dos Compositores e na qual teve resultados expressivos. Quando mudou-se para São Gonçalo, em frente a sua residência tinha uma agremiação carnavalesca denominada Império da Amendoeira, a qual tinha como barracão a casa de Sudário – de instrumentos a fantasias. Lá fez seu primeiro samba.


Seu primeiro samba foi na Império da Amendoeira, em 1978, onde também foi alçado à intérprete.


Convidado, em ano posterior, foi para outra agremiação: Independente do Bairro Almerinda, isto desde 1979 até a mesma enrolar a bandeira, isto como Intérprete, onde inclusive gravou, em 1981, músicas ao lado de vários nomes consagrados no samba. Seu grande parceiro na mesma foi, e continua sendo, o Maninho da Cuíca(pai do cantor Tiê), o qual foi apresentado por Waldir compositor. Link do CD onde estão as músicas de carnaval, inclusive a do Geraldo Sudário como Intérprete:


Ao enrolar a bandeira da Independente de Bairro Almerinda, ele buscou o GRES Viradouro, mas não era possível colocar uma música para concorrer sem que um Compositor da escola assinasse junto, isto em 1988 – carnaval com enredo “Mercadores e Mascates”, onde participou do Carro de Som da Viradouro. Fazia parte do carro de som Torino, Oswaldo Poeta e o próprio Geraldo Sudário.


A regra de não ter um Compositor da casa na Viradouro, foi quebrada após analise de feitos anteriores de Sudário e Maninho e, assim apresentaram samba e foram à final do concurso; daí para frente participaram em todos os concursos, com ótimos resultados.


Já na “era Monassa”, ele, juntamente com o saudoso Gilberto Gomes e Quinzinho, sempre eram colocados para representar o canto da Viradouro em saídas da agremiação como na Ilha dos Pescadores e outras.


Geraldo Sudário declina palavras de grande estima e consideração ao seu parceiro Reinaldo e também à Mocotó – Ignácio Ribeiro.


Participou da Viradouro nos bons momentos e nos difíceis. E ainda participa. Sua grande paixão! Esta é a marca dos grandes nomes da agremiação. Conseguiram gerenciar as crises com discernimento e sabedoria. Esses nomes precisam sempre serem lembrados: os que, efetivamente, fizeram história no Mundo do Samba, e o nome de Geraldo Sudário nela está escrito de forma positiva.

Amizade. Assim é o mundo do samba/Foto: Arquivo Oswaldo Mendes
Amizade. Assim é o mundo do samba/Foto: Arquivo Oswaldo Mendes

Oswaldo Mendes é engenheiro.





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