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A curiosa condição sui generis do centrão

Por Helcio Albano

Cunha comemora com colegas de centrão ao ser eleito presidente da Câmara/Foto: Agência Câmara
Cunha comemora com colegas de centrão ao ser eleito presidente da Câmara/Foto: Agência Câmara

O centrão é aquele agrupamento político sui generis que habita, principalmente, a Câmara dos Deputados. Nunca teve boa fama. E sempre foi tido e havido como fisiológico e corrupto. Surgiu no esteio da Constituinte entre 1986-88. Passou quase incólume, no máximo exposto ao anedotário da política, sempre abrigado nos governos de plantão, até a eleição e a desgraça de Severino Cavalcanti como presidente da Câmara, em 2005.


De repente, o Brasil profundo, dos rincões, assumia protagonismo em Brasília. Pela primeira vez na história, o baixo clero do parlamento chegava ao poder máximo da República, só abaixo da presidência.


Esse grupo, então difuso e amorfo, que antes se contentava apenas em ver atendidas suas demandas junto a prefeitos de sua região, e um e outro cargo no terceiro escalão pra baixo da administração federal, agora se reúne em bancadas e em blocos coesos pra chantagear e achacar o governo.



Os estratagemas para manter o governo refém do apetite irrefreável do centrão atingiram o estado da arte sob a batuta do alagoano Arthur Lira, que mostra ter superado seu criador, o carioca e evangélico Eduardo Cunha, em argúcia e ambição, que outros poderes da República já tratam de brecar. Ao mesmo tempo em que se tenta um equilíbrio de interesses mediados por Lula.


O STF fez sua parte trancando os inquéritos contra Lira. O grupo Folha, que antes segurava as denúncias de agressão contra sua ex-mulher, já aponta os canhões. E Lula faz voltar o centrão ao seu lugar de origem, de cargos e demandas de paróquia.


Como sempre foi.


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Helcio Albano é jornalista e editor-chefe do Jornal Daki.




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