Prefeito não recua e mantém filho Douglas Ruas na Secretaria
Por Rodrigo Melo
Ontem (22) publicamos reportagem sobre a designação, por Decreto, da Assessora Especial Maria Gabriela Bessa da Silva como secretária de Gestão Integrada e Projetos no impedimento do titular da pasta, neste caso, Douglas Ruas dos Santos, filho do prefeito de São Gonçalo, Capitão Nelson (Avante).
A nomeação de Douglas Ruas pelo pai prefeito, no iniciozinho do governo, gerou polêmica e foi alvo de uma avalanche de matérias negativas na mídia, que explorou o fato como um caso clássico de nepotismo, que reverberou forte na cidade e nas redes sociais dos gonçalenses.
O pai, Nelson, rebateu as maledicências e exaltou as qualidades do caçula, que segundo informou em nota oficial, é formado em Direito e em Gestão Pública, além de ser inspetor da Polícia Civil e de já ter ocupado cargos como subsecretário do Trabalho no governo Nanci e na Superintendência Regional da Baía de Guanabara pelo Inea, sob as asas do deputado federal Altineu Cortes, quando comandou a Pasta do Meio Ambiente do estado, em 2019.
Na mesma matéria de ontem, entendemos que a "promoção" de Bessa sinalizava prestígio da Assessora Especial, ao mesmo tempo que indicava um recuo do Capitão em relação à nomeação polêmica que tanto desgastou o nascente governo.
Que nada! Hoje (23) a assessoria de comunicação da Prefeitura nos procura dando-nos o paradeiro e o motivo do impedimento de Douglas em tocar a Pasta:
"Maria Gabriela Bessa da Silva passou a ocupar interinamente a secretaria de Gestão Integrada e Projetos da Prefeitura de São Gonçalo até que Douglas Ruas, que é servidor da Polícia Civil, seja liberado pelo governo do Estado para assinar a posse e assumir a secretaria. A decisao foi tomada em função da necessidade de não paralisar as atividades da Pasta."
Daí, perguntamos: Mas se não podia exercer as funções, porque foi nomeado? Não seria mais adequado se licenciar antes do cargo de servidor do estado? Então tivemos a seguinte resposta:
"A nomeação segue o trâmite necessário para que o servidor concursado do Estado possa atuar na administração municipal. Cabe ao prefeito nomear o servidor e, em seguida, solicitar sua cessão ao governo estadual. Só depois de ser liberado o servidor assina o termo de posse no novo cargo. Vale lembrar que tal procedimento é regra em todas as esferas da administração pública no que diz respeito à cessão de servidor concursado."
Tudo isso numa manhã ensolarada de sábado.
