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Vereador equipara pessoa LGBT a quem tomou 'caminho errado' das drogas, do roubo e do assassinato

Parlamentar de extrema-direita apresenta projeto de lei que proíbe crianças e adolescentes de participar de paradas LGBT em São Gonçalo (RJ)


Por Cláudio Figueiras

Vereadores posam pra foto em apoio ao PL de Poubel/Foto: Reprodução TV Câmara
Vereadores posam pra foto em apoio ao PL de Poubel/Foto: Reprodução TV Câmara

O vereador de extrema-direita de São Gonçalo (RJ), Glauber Poubel (PROS), a pretexto de "proteger a inocência de crianças e adolescentes", subiu à tribuna em sessão plenária desta quarta (14) na Câmara para informar que deu entrada na casa legilativa em um projeto de lei (PL) que proíbe a presença de menores de 18 anos na parada LGBT que ocorre todos os anos na cidade.


"Nós sabemos quais são os princípios básicos para uma criança não perder essa inocência. Que é desviar de todo o caminho errado. Não é só esse não (da Parada LGBT). Do caminho das drogas, do caminho do roubo, do furto, do assassinato. Nunca vou ser omisso e deixar de me posicionar", disse Poubel.



A fala discriminatória e homofóbica do parlamentar, que equiparou a condição das pessoas não cis, binárias e gênero-divergentes à de usuários de drogas, ladrões e assassinos, foi amplamente apoiada pelos seus pares presentes à sessão, que anteciparam o voto pela aprovação do projeto.



Ao final da exposição, Poubel convidou os parlamentares para uma foto conjunta em apoio ao PL. Apenas os vereadores Romario Regis (PDT) e Priscilla Canedo (PT) negaram o convite e o registro fotográfico.


Felix Lino, presidente do grupo Liberdade Santa Diversidade de defesa dos direitos humanos que atua em São Gonçalo, se disse perplexo com a fala do parlamentar e que não conseguiu chefar até o final de sua fala assistindo pela TV Câmara no YouTube. No Facebook o trecho em que Poubel criminaliza a população LGBT teve trecho cortado:


"Infelizmente ficamos perplexos com tudo que foi dito na sessão, na casa que deveria defender o povo ouvir e ver ataques deferidos contra toda uma comunidade já deixa claro que eles ainda querem é nos matar! Não devemos dar palco pra não dar Ibope a quem não merece. Eu sinceramente não consegui continuar vendo a sessão depois disso tudo!", afirmou Lino, que soltou uma nota que pode ser lida ao final na íntegra.



Este mês se celebra o Orgulho LGBT, comemorado no dia 28 de junho de combate à discriminação, preconceito e intolerância e em defesa da diversidade de gênero.


Diversos estudos como os realizados pelo Organização das Nações Unidas (ONU), apontam que os discursos de ódio contra pessoas LGBT são as principais causas de violência e assassinatos contra essa população.


O Brasil é o 2º país em assassinatos de pessoas LGTB e o primeiro contra travestis em todo o mundo.


De acordo com entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) de 2019, a discriminação por orientação sexual e identidade de gênero é considerada um crime e enquadra homofobia e transfobia como crimes de racismo, isto é, imprescritível e inafiançável com pena de reclusão de um a três anos e multa.


Nota de repúdio


Infelizmente ficamos perplexos com tudo que foi dito na sessão, na casa que deveria defender o povo ouvir e ver ataques deferidos contra toda uma comunidade já deixa claro que eles ainda querem é nos matar!


Não devemos dar palco pra não dar Ibope a quem não merece, e eles estão atrás dos votos conservadores dizendo mentiras como:


- Estamos induzindo nossas crianças;


- Estamos sexualizando as crianças;


- Não respeitamos a criança;


- Que queremos ideología de gênero (coisa que a direita inventou);


- Estamos assassinando a inocência de uma criança;


E dizem mais: "que esse caminho é errado igualando ao das drogas, do roubo, furto, assassinato!, Usando a palavra de Deus (a Bíblia) como desculpa para justificar esses atos LGBTI+fobicos, pois, não fazemos parte dos padrões hetero normativos ou seja do princípio familiar e a cereja do bolo, multa de 10 mil reais hora se tiver crianças e adolescentes no ato público, a céu aberto, porque podemos controlar nos trios elétricos mais a rua é livre, o direto de ir e vir é constitucional!


Felix Lino - presidente do grupo Liberdade Santa Diversidade


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