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Faixas exclusivas para motocicletas em São Gonçalo

Por Oswaldo Mendes

Faixa Azul em São Paulo | Foto: Prefeitura de São Paulo
Faixa Azul em São Paulo | Foto: Prefeitura de São Paulo

As motocicletas têm sido a saída de locomoção de muitos, seja pelo preço de compra, economicidade ou mobilidade.


A cidade tem várias localidades onde o transporte público está muito aquém das necessidades da população, assim, para não ficar num ponto de ônibus aguardando por duas horas e chegar todos os dias atrasado no serviço, na escola ou no médico, a população busca saídas.


São Gonçalo explodiu com a população desde os anos setenta, com a perda econômica e a migração de pessoas vindas de outros estados à procura de oportunidades.


Cidade historicamente conhecida como a Manchester Fluminense, nos idos dos anos quarenta do século passado, vem perdendo fábricas nos anos seguintes e passou a ser considerada como “Cidade Dormitório”, com fornecimento de mão-de-obra barata, no modelo Fordista-Taylorista.


Sem acompanhamento estrutural de serviços e melhorias, a população da cidade de São Gonçalo passou em poucas décadas de cem mil para quase um milhão e duzentos mil habitantes.


Governos populistas sucedendo um ao outro de mãos dadas com igrejas pentecostais e baixa escolaridade da população, se tornou um ambiente fértil para a violência.


Questões como controle da velocidade, por exemplo, ao invés de se cumprir a Resolução do CONTRAN N⁰ 600/2015 e educação no trânsito, preferiram fazer uma lei autorizando a instalação de quebra-molas em todas as ruas, exemplificando o tipo de “gestão” que se adotou na cidade.


Atualmente, a cidade vem perdendo, dia após dia, população. Quem tem qualquer tipo de possibilidade, larga a cidade e vai para locais como Maricá, Saquarema ou Niterói.

As ruas principais da cidade de São Gonçalo, as quais em sua maioria são de mão dupla, vivem constantemente com uma pista considerada como interditada com carros estacionados dia e noite, sem qualquer controle oficial, fazendo com que o direito de ir e vir, nas poucas localidades que ainda se pode transitar sem barricadas, sejam sem qualquer controle oficial. Baderna.


Na cidade de Niterói, no horário de ida ou retorno do trabalho,  como norma, é terminantemente proibido o estacionamento ou carga e descarga em ruas principais ou vias de grande circulação.


Para exemplificar, quem precisa ir trabalhar ou retornar utilizando a Dr. March, encontra desde pontos de Motoboys em via pública a empresas (oficinas, lava-jatos e carrocinhas diversas) e, com isso, um deslocamento simples do Venda da Cruz à Praça do Zé Garoto, que tem em torno de cinco quilômetros, se desdobra numa viagem cansativa de uma hora, ou seja, gasolina gasta, mais cansaço, perda de qualidade de vida e a certeza de mais um desgoverno na cidade.


Na verdade, a via Dr. March, em qualquer horário, torna-se uma pista de mão única, dificultando, inclusive, a parada dos ônibus para entrada e saída de passageiros. O sistema de câmeras na cidade tem se mostrado eficaz (com bons resultados para pequenos furtos em via pública), porém, mesmo com autorização legal, desconhecemos ações com relação às transgressões que acontecem no trânsito, assaltos, carros roubados, etc.


Assim, com essa explanação do caos implementado na cidade e sem qualquer visualização de melhorias, a população opta por veículos de baixo custo para se locomover, seja entre as vias principais da cidade ou nas outras vias tomadas por barricadas.


Falar de sinalização horizontal ou vertical é piada. Sistema de onda livre nas vias da cidade também não foi implementado. Semáforos não sincronizados fazendo um verdadeiro caos no trânsito.


As vias da cidade são, em sua maioria ou quase totalidade, constituídas de barricadas e buracos, os quais se subdividem em buracos para baixo – falta de manutenção e buracos para cima – quebra molas instalados de qualquer maneira e sem sinalização horizontal ou vertical.


Para dar uma noção do caos, o bairro do Engenho Pequeno tem mais de trinta quebra-molas em sua via principal.


O quadro de servidores da Guarda Municipal é pequeno, com baixos salários e, para piorar, foi retirado diversas gratificações dos funcionários que se doam; é de extrema urgência mais funcionários e salário digno a todos.


 A população tem adquirido motos para sua locomoção e sem uma via expressa e exclusiva, conforme já instalada em diversas cidades, fica também exposta ao caos urbano.

Muitos moradores da cidade trabalham com suas motocicletas, sejam em pequenas entregas ou como modo de mobilidade.


O HEAT – Hospital Estadual Alberto Torres, no Colubandê, é referência nos casos de acidentados em motocicletas e dia a dia, semana a semana se vê o crescimento, a uma taxa de mais de doze por cento ao ano, o quantitativo de vítimas do trânsito com motocicletas e se nada for realizado de concreto haverá a inviabilização do hospital por excesso de pessoas ali internadas.


Os Gestores públicos devem pensar em estratégias para diminuir esse caos urbano, que leva dor e sofrimento aos lares e custo ao Estado.


Em vias onde atualmente o Governo Estadual implementa o MUVI, como no Porto Velho, por exemplo, poderia ter uma via exclusiva para motocicletas, assim como em diversas outras vias da cidade,


A via exclusiva para Motos deve ser analisada e discutida na cidade, seja pelo Poder Executivo ou pelo Poder Legislativo.


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Oswaldo Mendes é engenheiro elétrico.

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