Amor e ódio
top of page

Amor e ódio

SÃO GONÇALO DE AFETOS


Por Paulinho Freitas

 

Imagem gerada por IA
Imagem gerada por IA

O dinheiro dita a importância das pessoas. Quanto mais dinheiro, mais importante. O dinheiro faz durar relações desgastadas, praticamente nulas, mas por ele, perduram anos a fio. O dinheiro aproxima os diferentes e até defeitos viram qualidades. Também afasta aquele parente menos abastado, por mais inteligente e generoso que seja, ele não pertencerá à mesa farta e nem as comemorações e reuniões familiares. O dinheiro perdoa agressões físicas e psicológicas, ele é sujo, traiçoeiro, invejoso, matreiro e não admite ser maltratado. Qualquer aplicação malfeita, qualquer investimento infeliz e ele te abandona na hora e às vezes nunca mais volta. Com todos estes votos contra, ninguém vive sem ele. 


Antes do dinheiro tivemos o escambo e até o sal já foi salário. Depois que ele chegou acabou o amor. Até o Quintana, um dos mais importantes poetas do mundo foi jogado na rua por não ter dinheiro. Van Gogh, um dos maiores pintores do mundo morreu na miséria com um tesouro escondido em casa na figura de seus quadros, pensando não terem valor algum. 


 Eu tenho diferenças com dinheiro que não consigo acertar. Ele não gosta de mim e eu não tenho nenhuma simpatia por ele, mas de vez em quando ele consegue me pôr no lugar em que ele acha que eu devo estar. 


Saí de casa para fazer um trabalho extra. Um dia inteiro de afazeres. Até aí beleza. Gosto de trabalhar e me distrair, esqueço um pouco esta minha sina de estar sempre pensando em algo para escrever. As pessoas da escrita vivem com a cabeça na ficção, mas com o pé na realidade para que não enlouqueçam de vez. 


Pois bem. Depois do trabalho quase terminado, paro o carro no semáforo e cantarolo uma música que toca no rádio, quando de repente ouço um estouro. Olho para frente e vejo o caput do meu carro envolvido em fumaça. Desligo e corro para ver o que houve. O radiador do carro estourou. A água vazou. Fiquei atônito, era hora do rush e logo um longo engarrafamento se formou no centro já caótico por natureza naquele horário, mas uma galera de moto me deu a maior força empurrando o carro para a calçada. Ali fiquei por horas, meu filho veio em meu socorro e chamamos o reboque que levou o carro  para casa. 


Resultado: ganhei R$ 120,00 com o trabalho. O reboque foi R$ 150,00 e o conserto do radiador só Deus sabe quanto vai me custar. 


Isso acontece para que eu saiba que o dinheiro é a mola do mundo. É ruim com ele, mas viver sem ele é pedreira. Então, é engolir o orgulho e correr atrás das notas.


Até quarta que vem, 


Abração. 


Nos siga no BlueSky AQUI.

Entre no nosso grupo de WhatsApp AQUI.

Entre no nosso grupo do Telegram AQUI.

 

Ajude a fortalecer nosso jornalismo independente contribuindo com a campanha 'Sou Daki e Apoio' de financiamento coletivo do Jornal Daki. Clique AQUI e contribua.


ree

 Paulinho Freitas é sambista, compositor e escritor

Posts Relacionados

Ver tudo

POLÍTICA

KOTIDIANO

CULTURA

TENDÊNCIAS
& DEBATES

telegram cor.png
bottom of page