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MUVI tem pouco de mobilidade urbana - por Helcio Albano


A audiência teve a presença do secretário de Gestão Douglas Ruas/Foto: Reprodução TV Câmara
A audiência teve a presença do secretário de Gestão Douglas Ruas/Foto: Reprodução TV Câmara

Quem foi ontem (18) à audiência na Câmara debater mobilidade urbana quebrou a cara. O MUVI, apresentado pela Prefeitura, técnicos do governo do estado e da empresa responsável pelo projeto, nada mais é que uma espécie de passeio público híbrido que, em vez de privilegiar pessoas, privilegiará ônibus e carros num corredor viário BRS de 16 Km entre Neves e Guaxindiba, que ainda prevê uma estreita faixa cicloviária em toda extensão da antiga linha férrea desativada em 2006.





O MUVI, que tem custo estimado de R$ 350 milhões, não oferece soluções de transporte integrado de massa para Rio e Niterói otimizando tempo de deslocamento, nem ao menos visa resolver os congestionamentos crônicos (e irritantes) no Barreto. O consórcio imoral que opera as linhas de ônibus foram convidadas para o banquete, mas novamente entrarão apenas com a gula e a boca.


Não haverá bilhete único, e o gonçalense dos 2º e 3º distritos (Ipiíba e Monjolos) que quiserem acessar o maravilhoso mundo novo do capitalismo recreativo da região do MUVI oferecido pela Prefeitura, continuará pagando quatro passagens para ir e voltar, por exemplo, da Faculdade da Uerj, no Patronato. Esse estudante terá passe livre? Nãaaao!



Mas que diachos é o MUVI, então? É uma intervenção urbanística de ordenamento do espaço a partir de intervenções estéticas e paisagísticas. E pra quê? A rigor, criar novas centralidades comerciais e preparar o terreno para receber investimentos difusos, imobiliários e de serviços. Não à toa a presença do dono da construtora MP que levantou dois mil apartamentos na Parada 40, na conhecida Rua da Caminhada.


Isso é ruim? Claro que não! Fora que essa pequena maravilha será construída em ano de eleição na segunda cidade eleitoralmente mais importante do estado. Olha que beleza!? Pra que querer mais, não é mesmo?



Histórico

Essa intervenção urbana em São Gonçalo que virou MUVI vem de de longe. Mais precisamente de março de 2011 quando Ministério das Cidades e governo do estado aceitaram projeto da Prefeitura (governo Panisset) de construção de um corredor BRS ligando - veja você! - Alcântara ao Pontal! Isso mesmo, via Vila Lage e Avenida Maricá.


Os recursos, de R$ 280 milhões, vieram do PAC da Mobilidade. O Jornal Daki registrou à época a reunião que bateu o martelo pelo BRS de São Gonçalo.



E por quê? Na época bombava o Comperj e tudo caminhava pro desenvolvimento galopante do oriente guanabarino com seus estaleiros, portos, galpões e indústrias na BR 101, com o sonho do petróleo e gás que a Lava Jato transformou em pesadelo.


Discutia-se, até, abertura de calau para instalação de um terminal de Barcas entre Pontal e Gradim. Ou seja, a integração de um novo modal.


Pensava-se São Gonçalo de dentro, pra fora. De fora pra dentro.


A propósito, o que serão feitas das estações ferroviárias (tombadas) da Madama, Centro e Alcântara?


Na reunião estavam presentes a prefeita Aparecida Panisset, o vereador Marlos Costa e o secretário estadual de Transportes, Júlio Lopes/Foto: Reprodução.
Na reunião estavam presentes a prefeita Aparecida Panisset, o vereador Marlos Costa e o secretário estadual de Transportes, Júlio Lopes/Foto: Reprodução.

Helcio Albano é jornalista e editor-chefe do Jornal Daki.





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