O dia que seu Valduir censurou o Guns N' Roses no Paraíso
- Jornal Daki
- há 3 horas
- 2 min de leitura
Por Helcio Albano

Trabalho com produção artística desde longa data. Estreei na função na Feira de Inglês do Colégio Paraíso. Papo de 1990. Chamei quatro colegas e nos vestimos - literalmente - de Axl, Izzy, Slash, Duff e Adler. E assim estava formado o Guns N' Roses.
Adentramos triunfantes o corredor que levava à quadra onde fora instalado o palco improvisado com nossos instrumentos de verdade pra tocar de mentirinha. Era playback, claro.
As púberes moças salivantes nos receberam em delírio como legítimos rockstars. Sim, já éramos populares na escola, confesso.
Aquela atmosfera nos pegou de jeito. O que era um sol escaldante, vira noite reluzente num chão de estrelas. Saímos de nosso backstage como se o tempo quase parasse.
Só via um único rosto em todas aquelas meninas. O único rosto com olhos e bocas apaixonados pelo seu Slash, com cartola e tudo. E cigarro na boca...
LEIA MAIS
É quando a realidade se impõe. Seu Valduir, católico ultraconservador, diretor e um dos donos da escola, faz-nos despertar do idílio. E arranca, um a um, o cigarro (apagado) da boca do quinteto antes de iniciar o show.
De modo involuntário, o rígido diretor acabou encarnando a repressão policial tão comum ao bom, velho e subversivo roquenrol, que fez o nosso show ser um verdadeiro sucesso e um legítimo produto cultural anglo-saxão. Objetivo máximo da feira de inglês do colégio, hoje rebatizado de Lusófona.
Já aceita e absorvida a autoridade se seu Valduir, subimos ao palco e tocamos Paradise City.
It's so easy.
Épico!
Nos siga no BlueSky AQUI.
Entre no nosso grupo de WhatsApp AQUI.
Entre no nosso grupo do Telegram AQUI.
Ajude a fortalecer nosso jornalismo independente contribuindo com a campanha 'Sou Daki e Apoio' de financiamento coletivo do Jornal Daki. Clique AQUI e contribua.

Helcio Albano é jornalista e editor-chefe do Jornal Daki.


















































