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O MUVI e os dilemas do Douglas - por Helcio Albano


Douglas Ruas, secretário de Gestão/Foto: Ascom PMSG
Douglas Ruas, secretário de Gestão/Foto: Ascom PMSG

Na segunda (18), o “O Secretário” do governo Nelson, Douglas Ruas, esteve na Câmara para apresentar ao distinto público o que ele e equipe batizaram de MUVI (Mobilidade Urbana Verde Integrada), que em outra ocasião afirmei ter muito pouco de mobilidade.



Mas não me debruçarei exatamente no tema mobilidade hoje na Coluninha. Quero falar do desconforto dos gestores de projetos de médio e longo prazos em nível local, mas de impacto espacial estendido, onde geralmente se pega a coisa - muitas das vezes mal feitas - no meio do caminho. Ou, como gosta de dizer o prefeito, quando o gestor é obrigado a trocar o pneu com o carro andando.



Num passado que parece, mas não é muito distante, ocorreu uma tentativa real de planejamento urbano racional a partir do Ministério das Cidades, que deu especial atenção às regiões metropolitanas brasileiras, com polpudos e exclusivos recursos para mobilidade urbana, através do PAC da Mobilidade.


Vários estudos e projetos sobre o assunto pipocaram em todo o país com a promessa de serem executados em coparticipação dos municípios, sob o guarda-chuva do ministério e assessoria dos governos estaduais. Isso tudo, é claro, [depois] de um longo debate de depuração dos projetos com a sociedade civil, que nunca existiu de fato.



Tudo foi desmantelado, como sabemos. E da descontinuidade pagamos um preço caro que desemboca agora no MUVI, um projeto de BRS que se arrasta desde 2011, com traçado original na Av. Maricá, orçado inicialmente em R$ 280 milhões. Que depois, já no governo Mulim (2012-16), passou a ter traçado seguindo a linha férrea desativada de Neves a Guaxindiba, como propõe agora o governo atual após praticamente todo o projeto básico ser feito no governo Nanci (2017-20), sem nenhum tipo de participação popular.


O que não exime o governo Nelson Ruas de corrigir essa grave distorção, não apenas em audiências burocráticas exigidas em contrato, como a que ocorreu no início da semana de modo semiclandestino.



O “O Secretário”, em uma das audiências que participou, já havia reclamado da falta de integração do projeto com cidades vizinhas. Falha que tenta reparar com “la garantía soy jo” de secretários do governo estadual que traz à cidade como papagaios de pirata. Não cola.

Zera tudo. Vai sair mais caro? Não! Faz agora a coisa certa que sai mais barato.


Que tal, por exemplo, fazer um mergulhão entre Neves e o Barreto? Sugestões não vão faltar.



Plus

O relatório da CPI da Covid finalmente foi lido enquadrando o coisa ruim que ocupa a presidência em 9 crimes. Entre eles o de epidemia, que pode dar a essa aberração civilizatória 30 anos de cana.


Outros figurões da república, empresários e picaretas da saúde foram acusados ou citados nos mais diversos crimes que deverão ser investigados por órgãos competentes, tanto do Brasil quanto do exterior. Lá fora, a batata do capetão já tá assando.


A CPI saiu vitoriosa porque salvou vidas. Acelerou a compra de vacinas e a vacinação que, por sua vez, reverteu a tendência do morticínio na primeira metade do ano, onde a média móvel semanal de mortes contabilizava 5 mil óbitos diários.


A CPI venceu porque revelou aos brasileiros não só o necrogoverno bolsonaro, mas sua face corrupta em negociatas que, só em vacinas, renderiam aos bandidos mais de R$ 7 bilhões do butim no Ministério da Saúde.



A CPI venceu demais. Sobretudo porque deu novamente à Política sua importância em si, e às pessoas a justa medida de humanidade além das redes sociais e do Rio das Pedras existencial que se transformou o Brasil.


Bônus

Estive na maior e mais importante cidadela do PT no Brasil para resolver assuntos profissionais e da editora Apologia Brasil na Festa Literária de Maricá (FLIM).


Na maior colônia gonçalense fora de São Gonçalo, Itaipuaçu, encontrei amigos diletos e gente graúda da classe política da cidade e do estado que me garantiram que não tem crise nenhuma no PT, mas uma antecipação da disputa interna para decidir quem sucede Fabiano Horta em 2024.


“Apenas isso”, mas com potencial de atiçar rusgas para além da “Cidade do Sol”...



Destruiômetro

O Destruiômetro da semana do governo da besta anuncia o fim do Bolsa Família tal como o conhecemos, descentralizado, sob a gestão dos municípios. No seu lugar, um troço eleitoreiro chamado Auxílio Brasil. Oremos!


Faltam ainda 436 dias para esse inferno acabar...

Helcio Albano é jornalista e editor-chefe do Jornal Daki.




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