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Por D.Freitas

Imagem criada por IA a partir de prompt do próprio texto
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Desde antes de me entender por gente, nunca fiquei só. Fui primeiro abraçado pelo útero da minha mãe até ser retirado de lá por um procedimento cirúrgico e entregue aos braços também dela. Em seguida, fui para os braços do meu pai. Após isso, para os dos meus tios, tias, madrinhas, padrinhos e de abraços, cuidados, carinhos, afetos e pessoas fiquei permanentemente cercado. Muito tempo depois, me encontrei com quem seria minha amada e me joguei também em seus braços e ela nos meus. Por tanto tempo quanto eu já tive vida, ou até um pouco mais. Até que simplesmente acabou.


Fiquei só, pela primeira vez. Não existiam perguntas externas, problemas de terceiros, gritos, latidos, inconvenientes e liquidificadores para shakes proteicos matinais. Não existia inconsistência. Apenas a minha. Meus problemas, minhas vozes e minha paz. Meu silêncio. 

Me sinto pairando no vácuo. Admiro as estrelas pois tenho tempo. Não esquivo dos meteoros, pois não tenho a quem prover. Sinto o calor do Sol pois me permito. Não quero naves nesse espaço. 


Me sinto só. Não existem risadas que ecoam. Não existe a graça do pet desajeitado. Não existe café na cama. Não existe tempero materno, nem o afago paterno. Sinto frio e saudade pois nunca fiquei só embora tenha almejado isso por tantos anos. Desejo vão. Não permanecerei por muito tempo tão são. 


Tão só. 


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Davi Freitas (D.Freitas) nasceu em São Gonçalo, cria da cultura gonçalense, desde sempre conviveu com músicos, poetas e escritores. autodidata, aprendeu violão e bateria sozinho e junto com o irmão Lucas Freitas fez algumas apresentações até ter, por motivos profissionais, que mudar de estado. Como escritor, participou, pela Editora Apologia Brasil da Antologia em Tempos Pandêmicos e inicia agora sua trajetória no mundo das crônicas e contos. 

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