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Escute o grito que ecoa das Florestas - por Oswaldo Mendes


Porto da Pedra/Foto: Reprodução YouTube
Porto da Pedra/Foto: Reprodução YouTube

A região de Ibirapitanga, dos Tamoios, se encontra em festa. Desde 2012 a Grêmio Recreativo Escola de Samba Unidos do Porto da Pedra estava no Grupo de Acesso do Carnaval do Rio de Janeiro, principalmente por falta de apoio e promessas não cumpridas.

O ataque premeditado à Cultura dos últimos anos, a questão do racismo e a intolerância religiosa aqui na cidade de São Gonçalo foram utilizados até às últimas consequências e condições.


A agremiação carnavalesca Porto da Pedra nasceu de um time de futebol, no Beco do Urubu, onde aconteciam as reuniões. Jorair – presidente do Tamoio, é um dos fundadores da Porto da Pedra. A localidade, nos idos de 1970, tinha muitas atividades, desde as famosas festas juninas (saudoso Cidemar!), aos jogos de futebol, com o Clube Tamoio, em sua plena atividade; e quem também quisesse, havia lazer da Praia das Pedrinhas, onde ora lembramos o lendário Tenente Hélio.


O então Bloco de carnaval da cidade de São Gonçalo – Porto da Pedra - tinha como oponente principal o Cruzamento do Amor, o qual, também, sem apoio, veio a “enrolar a bandeira” – parar suas atividades, isto na década de oitenta.



Um grupo de empresários, Comunidade e amigos do bairro, liderados por Jorge Lambel fizeram renascer a agremiação. Assim nasceu, tendo como símbolo, o tigre.


Veio o convite, para desfilar no carnaval do Rio, ao Tigre e outras agremiações da época, em atividade na cidade. Apenas a Porto da Pedra aceitou o novo e gigantesco desafio. O Tigre tinha a quadra mais linda do Mundo do Samba. Todos queriam visitá-la. Deu-se, assim, o pontapé inicial às mudanças estruturais, hoje existentes. O banheiro era de mármore carrara. Inimaginável para a época.


Um grande salto para a cidade que passa a ser conhecida, de forma positiva, já que, por muitas décadas, só ocupava – no máximo – as páginas policiais.


Só relembrando que, questões ligadas à cultura – como turismo – que tem o segundo maior PIB do planeta, sendo primeiro, a guerra, onde a cidade já vive, isto há décadas, e os munícipes participam como alvo e não como quem recebe os lucros. É uma questão para escolha.


A falta de ensino formal, de lazer – inclusive com o fechamento de todos os clubes - faz com que as pessoas da cidade sejam presas fáceis de falsas promessas e enganadores profissionais.


Porto da Pedra, não, São Gonçalo agora será vista por todo o mundo, de forma positiva, através do carnaval, com retorno em emprego e renda e o turismo vindo pra cidade. Temos que nos preparar.



Apenas três cidades conseguem manter suas agremiações no palco principal do samba – Caxias, com a Grande Rio; Viradouro – a qual, há seis anos, deixou de bradar o nome da cidade de São Gonçalo, nas chamadas oficiais, e Beija-Flor – a qual se refere à agremiação com o nome da cidade, que pode ser bem representada na estrofe do samba deste ano que diz: “Deixa Nilópolis cantar”


São Gonçalo quer e pode se manter no Grupo Especial, mas precisa de todos e todas. É ter um olhar amplo.


Porto da Pedra precisa muito da cidade agora, assim como a cidade precisa muito da Porto da Pedra – uma simbiose.


Numa parte do samba deste ano, a Porto da Pedra cita o “Dom” de proteger – e, para tal, precisamos proteger nossa agremiação.


A cidade atualmente tem uma agremiação só sua e teremos que muito lutar para mantê-la na elite do carnaval carioca.


Que não tenhamos que escutar, de novo, desculpas, repetidas no passado, que “não daremos verba para o carnaval para fazermos escolas” e pensar que muita verba foi para compra de postos de combustíveis, de imóveis e outros.


Para que não aconteça, novamente, o efeito golfinho, onde sobe e mergulha de novo, só contando com o apoio da cidade, da população. Defenda a Porto da Pedra. Defenda São Gonçalo. Claro e óbvio que não há interesse de se manter, na cidade do Rio, uma escola de outro município – como já dissemos: é emprego e renda que vai para outro lugar.

Quem vive no Mundo do Samba sabe a energia que envolve uma agremiação antes de um desfile e que pode levá-la ao campeonato. Já presenciei esse estado de êxtase geral na Mocidade Independente de Padre Miguel, idos de 1990; Viradouro - ensaboa, há três anos; na Mangueira – no samba da Marielle e, este ano na Porto da Pedra. Aconteceu. Momento mágico.


Voltamos ao Especial, mas precisamos de todos para lá se manter. Não foi a Porto da Pedra que voltou ao Grupo Especial e sim São Gonçalo – uma cidade gigantesca e apaixonada por cultura, que precisa de mais emprego e renda.


A Prefeitura da cidade do Rio de Janeiro já informou que foi movimentado neste carnaval a quantia inicial de 4,5 bilhões de reais. São Gonçalo quer e merece participar deste bolo.

Escute o grite que ecoa. É a hora de abraçar o Tigre e defendê-lo. São Gonçalo também quer cantar. Deixe São Gonçalo cantar!


Tenhamos muito amor e carinho para a GRES Unidos do Porto da Pedra, pois ela muito precisa de todos e todas agora e a mesma sempre defendeu e continua a defender a nossa bandeira com Paixão e muito Orgulho.


Tigre!


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Oswaldo Mendes é sambista e engenheiro.


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