'Habemus papam... Habemus vita!'

Por Rofa Araújo 

Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

O mundo parou alguns dias atrás para aguardar a escolha no novo Papa no Conclave no Vaticano e a fumacinha branca na chaminé a Capela Sistina, no Vaticano, e, depois, a aguardada expressão em latim: “Habemos papam” para conhecer quem é o novo eleito Papa na Igreja Católica.

Esse termo quer dizer “Temos um papa...” e o outro termo do título acima “Habemus vita”, o significado de “Temos uma vida”, já que a palavra “vita” é usada para se referir à existência, ao ato de viver, ou ao período que vai do nascimento à morte. E não é verdade que no caso da espera para o anúncio no novo líder ocorreu após a morte do anterior, Francisco, sendo então eleito o Leão XIV, nome escolhido pelo cardeal norte-americano, Robert Prevoust?

Quando há uma morte como a anunciada do Papa Francisco, a Igreja Católica mesmo triste com essa perda, logo se organiza para escolher um novo líder que prossiga com a missão que possui. É como a nossa vida em relação a ciclos que vencemos e precisamos de novos para viver até o último dia de nossa trajetória nesse mundo.

Temos vida enquanto respiramos e temos propósitos a realizar. Há muta gente que perde o interesse em viver por não ter condições ou perder essa vontade pelo luto de um ente querido ou mesmo por falta de saúde.

Temos vida porque ao possuirmos fé naquilo que acreditamos, podemos ser impulsionados para frente rumo ao que almejamos. E quando se crê no divino, em Deus, tudo pode ser ainda mais promissor devido a uma força vinda dos altos céus.

Temos vida ao andarmos não apenas pensando no futuro que vivenciamos, mas investindo no hoje para no futuro colhermos frutos doces e não amargos de tudo quanto pudemos semear de bom em nossa própria vida.

Temos vida ao entendermos que precisamos renovar nossas forças e não apenas cair numa rotina até o fim e nossos dias, passando por novas fases, conhecendo novas pessoas que irão nos desafiar, trazer crescimento e nos fazer rir e cada vez mais expandir nossos horizontes.

Quantos por aí, uns estão vivendo, outros apenas sobrevivendo ou ainda vegetando? E a forma pode estar em seu interior e não no exterior porque uns são como mortos-vivos por não saberem ou conseguirem viver, enquanto muitos tem uma alegria de viver e energia que contagia a tudo e a todos.

Em casos dos mais diversos é necessária uma perda drástica para ocorrer uma mudança mais profunda. É o marasmo do dia a dia que faz com que não decidamos mudar de modo mais abrangente e sempre empurrar com a barriga como vivemos, mas em certas ocasiões devido a situações imprevistas precisamos agir diferente, o que nos leva a uma real transformação de nossa vida.

Assim, através da perda do atual ocupante da função de Papa que leva a uma reunião de cardeais para a escolha de seu sucessor, ditando novos rumos a serem seguidos e tudo porque “Habemus vita” ou “temos uma vida” que precisa ter continuidade até o final de nosso tempo nesse mundo.    

Viva a vida no presente, preparando-se para o futuro, não deixando que nada nem ninguém possa impedir sua caminhada rumo aos seus objetivos que precisam ser alcançados.   

“Vida” pode ser escrita da mesma forma em espanhol e em francês, mas não em inglês que é “life”, em alemão “leben” ou em italiano que também “vita”, mas o que mais importa é como se pronuncia ou se desenvolve em cada um.

A vida é uma dádiva e celebrá-la com todas a suas possibilidades é algo fundamental a todos. Tenha sempre vida em sua vida!   

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Rofa Araujo é jornalista, escritor (cronista, contista e poeta), mestre em Estudos Literários (UERJ), professor, palestrante, filósofo e teólogo.