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O mundo vai explodir? Escala a tensão na fronteira russo-ucraniana

Por Felipe Rebello

Tropas russas próximas à fronteira com a Ucrânia Reuters
Tropas russas próximas à fronteira com a Ucrânia Reuters

A Rússia enviou cerca de 100mil soldados para a fronteira com a Ucrânia como resposta a aproximação do país com a OTAN/NATO.

Mas antes de discorremos mais profundamente sobre esse tema, vamos compreender a raiz da questão. Desde a dissolução da URSS, a Rússia vê a diminuição de seus aliados próximos, o que é dramático para a segurança política do país, uma vez que estes formavam uma espécie de cinturão protetivo ao redor do território russo. O Leste Europeu é a região onde a Federação Russa mais perde influência, uma vez que a Europa e a OTAN/NATO têm um poder de sedução e barganha muito maior, vide o poderio econômico, fazendo com que muitas ex-repúblicas soviéticas e iugoslavas abandonassem as proximidades e alianças com o Kremlin e se voltassem para Bruxelas.

A Ucrânia é um desses países, porém conta ainda com variáveis ainda mais críticas:


*a começar faz fronteira direta e partilha grande parte de sua história com a Rússia;

*são parte do mesmo ramo étnico, o dos eslavos orientais, tendo cultura e idioma muito parecidos;

*grandes regiões da Ucrânia são compostas por populações de etnia russa, havendo inclusive guerras civis pelo separatismo;

*o parlamento ucraniano é polarizado entre setores pró-Rússia e pró-União Europeia;

*quando os pró-UE se tornaram maioria e começaram a se aproximar de Bruxelas, iniciou-se a intensa guerra que culminou na anexação da Península da Criméia por parte da Rússia;

* a região é estratégica para Rússia, tanto por sua localização geográfica quanto por seus recursos naturais.

Tendo estas questões em vista, quando se iniciou as movimentações para que a Ucrânia faça parte da OTAN/NATO, que é a aliança militar entre os países ocidentais, a Rússia prontamente enviou seus exércitos para a fronteira do país e fez exercícios militares em Belarus, seu fiel aliado. Estados Unidos e Europa responderam enviando armas e dinheiro. O presidente americano Joe Biden ameaça a Rússia com retaliações econômicas severas em caso de invasão, mas Vladmir Putin garante que este risco não existe. A União Europeia, ao contrário dos Estados Unidos, não vê grandes de riscos de invasão. Enquanto o Reino Unido acusou o Kremlin de tentar influenciar a política interna de Kiev, até mesmo com uma tomada de poder por um líder pró-Moscou.


Golpe militar em Burquina Faso


Getty Imagens
Getty Imagens

Depois de Chade, Mali e Guiné, agora é a vez de Burquina Faso viver um golpe de estado. O país, que é um dos mais pobres da África, agora também integra a onda recente de golpes que tem se espalhado pelo continente. O presidente Roch Kabore foi retirado do poder após protestos na capital do país contra seu governo. A ineficiência de Kabore na repressão de milícias jihadistas ligadas à Al-Qaeda e Estado Islâmico na região do Sahel e na prevenção de atentados terroristas, foi a principal insatisfação dos burquinenses em relação ao seu governo.

O golpe foi anunciado na TV estatal pelo capitão Sidsore Kader Ouedraogo, que anunciou o tenente-coronel Paul-Henri Damiba como novo líder do país. Damiba é um intelectual, ele estudou na academia militar de Paris e escreveu livros sobre guerra ao terror na África.

A ONU condenou a ação, pediu pelo reestabelecimento da ordem e do poder democrático no país, tal como cobrou que Kabore seja posto de volta no poder e a constituição respeitada. Desde o golpe a localização de Kabore é incerta, não havendo informações confiáveis sobre sua integridade física.


Ajuda humanitária à Tonga


Ajuda humanitária chega em Tonga após tsunami causando por erupção vulcânica (LSIS David Cox / Australian Defence Force/AFP)
Ajuda humanitária chega em Tonga após tsunami causando por erupção vulcânica (LSIS David Cox / Australian Defence Force/AFP)

Após uma erupção oceânica 500x mais forte do que a bomba de Hiroshima, que devastou a agricultura e a economia do país com tsunamis e cinzas, o governo de Tonga clama por ajuda humanitária. A União Europeia e a França estão coordenando o envio de 30 toneladas de suprimentos, que vão desde água potável a itens básicos de sobrevivência. Cerca de 84% da população foi duramente afetada. Além disso a União Europeia deve arcar com 75% dos custos de transporte, assim como dar uma ajuda adicional de 200mil euros à Cruz Vermelha de Tonga.

A Austrália, potência relativamente próxima às ilhas do pacífico, também tem enviado ajuda humanitária, tomando especial precaução em relação à Covid-19, vide os surtos que atingiram navios de ajuda humanitária australianos. As entregas de suprimentos estão sendo feita com o mínimo de contato possível.


Roberta Metsola, nova presidente do Parlamento Europeu


France Press
France Press

A eurodeputada da ilha de Malta será apenas a terceira mulher a ocupar a presidência, e para isso, através do Partido Popular Europeu (PPE), derrotou a esquerda, os verdes e conservadores. A nova presidente deve ter uma linha de ação no sentido de atrair os jovens para a União Europeia, tendo em vista os crescentes movimentos eurocéticos que se espalham pela juventude do bloco. Além disso a maltesa deve ter uma visão apurada em relação a situação dos refugiados, uma vez que seu país é uma rota de passagem para aqueles que fogem em balsas do Norte da África em direção à Itália, França e Espanha. É tida como progressista e favorável a causa LGBT, todavia é criticada por ser anti-aborto, mas deve respeitar o voto da maioria em matérias deste tema.


Prisão é bombardeada no Iêmen


Reprodução
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Este é apenas mais um episódio dos crescentes conflitos e ataques envolvendo o governo iemenita e os rebeldes hutis, que resultaram em dezenas de atentados à escolas, templos, hospitais, casamentos e festas. Desta vez uma prisão dominada pelas hutis foi bombardeada pela coalizão liderada pela Arábia Saudita, que nega participação. No dia 24/01, um dia após o atentado, os hutis responderam com ataques à Arábia Saudita e Emirados Árabes.

Vamos entender as origens do conflito: logo após a queda do Império Otomano, o território ao sul da Península Arábica se dividiu em duas regiões: Iêmen do Sul – nacionalista árabe, por vezes socialista e laico, e de maioria sunita – e o Iêmen do Norte – teocrático, governado por Imanes e seguidores do xiismo zaidita. Após muitos revezes e questões políticas intrincadas, o Sul sunita acabou por anexar o Norte xiita-zaidita fazendo nascer o movimento rebelde xiita huti. O Sul recebeu apoio de países fundamentalistas sunitas, como a Arábia Saudita e os Emirados Árabes, além de organizações terroristas sunitas como a Al-Qaeda e mesmo governos ocidentais laicos como a Inglaterra, Estados Unidos, Canadá e mesmo de Israel. Enquanto isso os rebeldes hutis tiveram de resistir contando apenas com apoio do Irã, potência teocrática xiita, do Hezbollah e de tribos da região de Najrã, Sul da Arábia Saudita.


Emergência Ambiental no Peru


Reprodução
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No 22/01 o Peru declarou Emergência Ambiental decorrentes do vazamento de um navio petroleiro da empresa espanhola Repsol. O vazamento foi resultado das enormes ondas causadas pela erupção do vulcão em Tonga. Poluiu milhares de quilômetros de mar e terra, comprometendo aves e vida marinha. A empresa não se responsabilizou, declarando que os peruanos não deram nenhum tipo de aviso, ao passo que o governo peruano diz que os procedimentos feitos pela empresa foram os de um pequeno barco e não de um enorme petroleiro.


Protestos antivacina


Policiais e manifestantes e enfrentam durante manifestação contra restrições pela covid hoje em Bruxelas (Photo by Nicolas Economou/NurPhoto via Getty Images) (Foto: Nicolas Economou/NurPhoto via Getty Images)
Policiais e manifestantes e enfrentam durante manifestação contra restrições pela covid hoje em Bruxelas (Photo by Nicolas Economou/NurPhoto via Getty Images) (Foto: Nicolas Economou/NurPhoto via Getty Images)

Domingo, 23/01 manifestantes de diversas partes da Europa viajaram de trem até Bruxelas, onde ficam os principais prédios da União Europeia, para protestar contra as restrições impostas pelos governos europeus a fim de conter a transmissão da variante Ômicron. As manifestações rapidamente descambaram para violência, transformando a capital belga em uma praça de guerra, com manifestantes atirando pedras e policiais com escudos. Esta foi resultante de manifestações contra os passaportes vacinais e restrições que ocorreram nas principais capitais europeias no sábado, 22/01. Cerca de 1.100 pessoas participaram de manifestações em Barcelona.

Em Washington, Estados Unidos, também houveram protestos antivacina.

Talibãs se reúnem na Noruega com líderes europeus e do EUA em visita diplomática


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A comitiva do Talibã chegou de jatinho à Oslo e foi recepcionada por integrantes da União Europeia, Estados Unidos, Grã-Bretanha, França, Itália e Noruega. Os talibãs querem a liberação de fundos congelados em bancos no exterior para, supostamente, prestar apoio à crise humanitária que acontece no Afeganistão devido às fortes nevascas que atingem o país montanhoso. Por outro lado, as autoridades ocidentais devem pressionar os mujahidins a terem uma postura mais humanitária, cessando a repressão à veículos de imprensa e tendo mais tolerância com movimentos anti-governo. Além disso, cobra-se que os talibãs tenham mais diversidade em seus cargos de poder, ocupados quase que somente por homens da etnia patshun.

Movimentos de direitos humanos e direitos das mulheres protestaram na Noruega contra a presença dos talibãs, inclusive mulheres imigrantes da diáspora afegã.

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elipe Rebello é professor de História e psicopedagogo.


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