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Sobre “Danos Irreparáveis”

Por Ericka Cunha


Foto: Flavia Marques/Divulgação
Foto: Flavia Marques/Divulgação

Na última quarta-feira 17 de maio os Professores do Estado do Rio de Janeiro iniciaram uma greve, que tem como principal reivindicação o cumprimento do Piso Nacional para os Profissionais da Educação ativos e inativos. Sem que haja o achatamento da categoria, através do descumprimento do atual plano de cargos e salários.


O piso salarial é um valor mínimo estabelecido por lei, que deve ser pago aos profissionais da educação básica pública no Brasil. Ele foi instituído pela Lei Federal nº 11.738/2008, conhecida como Lei do Piso, e estabelece um patamar salarial que deve ser observado pelos governos estaduais e municipais. O objetivo é garantir um salário justo aos professores, reconhecendo sua importância e contribuição para a sociedade. Porém, não é possível aceitar que seja desconsiderada as progressões salariais adquiridas pelos professores, através do tempo de serviço e da sua formação.


Contudo, nesta semana circularam algumas declarações em que o impacto do cumprimento do piso salarial e seu devido pagamento aos professores, com suas devidas progressões salariais foi considerado “dano irreparável” para o Estado.


Então vejamos...como podemos qualificar a falta de professores e profissionais da educação nas escolas públicas? E a dificuldade de acesso e permanência das crianças e jovens na escola, seja pela violência urbana, pelas operações que ocorrem na maioria das comunidades do Estado, seja pelo desemprego que força nossos jovens a abandonar as escolas em busca do subemprego ou o ingresso no mundo crime? Podemos dizer que esses são “danos irreparáveis” para o Estado?


Investir na valorização dos profissionais da educação não pode ser considerado um “dano irreparável”, mas sim um ganho para toda a sociedade, pois os educadores desempenham um papel fundamental na formação dos indivíduos e no desenvolvimento social, cultural e econômico de um país.



Quando os professores são valorizados, reconhecidos e têm condições adequadas de trabalho, isso reflete diretamente na qualidade da educação oferecida aos estudantes.

Profissionais motivados, bem remunerados e com boas condições de trabalho têm mais chances de se dedicar ao ensino, de buscar aperfeiçoamento profissional e de transmitir conhecimentos de forma mais efetiva.


A valorização dos profissionais da educação também contribui para atrair e reter talentos na área. Salários justos, benefícios adequados, oportunidades de capacitação e perspectivas de carreira são aspectos essenciais para que os profissionais optem pela docência e se sintam motivados a permanecer na profissão. Isso é especialmente importante diante dos desafios enfrentados atualmente na área da educação, como a falta de professores em algumas disciplinas e regiões.


Além disso, a valorização dos profissionais da educação promove uma sociedade mais justa e equitativa. Ao reconhecer a importância do trabalho dos professores e proporcionar condições dignas de trabalho, estamos contribuindo para reduzir desigualdades sociais, possibilitando que todos os estudantes, independentemente de sua origem socioeconômica, tenham acesso a uma educação de qualidade.


Investir na valorização dos profissionais da educação também pode gerar impactos positivos no desenvolvimento econômico do estado e do país. Uma educação de qualidade está diretamente relacionada à formação de cidadãos mais capacitados, criativos, críticos e empreendedores. Essas habilidades são essenciais para impulsionar a inovação, a produtividade e a competitividade no mercado de trabalho.


Portanto, a valorização dos profissionais da educação não causa “danos irreparáveis”, pois é um investimento com retornos significativos para toda a sociedade. Ao reconhecer e apoiar os educadores, estamos investindo no presente e no futuro, construindo uma sociedade mais justa, inclusiva e próspera.


A greve dos professores do Estado do Rio de Janeiro é uma forma de protesto e manifestação contra condições inadequadas de trabalho, baixo salário e falta de investimento na infraestrutura das escolas, falta de recursos didáticos, entre outros problemas enfrentados pelos educadores. Ao levantar essas questões, os professores buscam chamar a atenção da sociedade e do governo para a importância de valorizar a educação e proporcionar condições adequadas para o ensino.


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Ericka Cunha – Pedagoga, servidora pública, Professora Universitária e doutoranda em Educação na UFF.



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