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Bolsonarismo, o Theatro e a teocracia miliciana

Por Helcio Albano

Ex-primeira dama recebeu o título de cidadã paulistana. Reprodução/Twitter
Ex-primeira dama recebeu o título de cidadã paulistana. Reprodução/Twitter


São Paulo, 25 de março. Em seu imponente Theatro, a ex-cortesã dos homens bons do Planalto Central recebia das mãos de um vereador, pastor da Quadrangular, o título de cidadã paulistana. O evento fora proibido pela Justiça.


No palco, como um avesso de dois de paus, o coisa ruim queimava a mufa pra chegar a quem vazou ao New York Times sua visita à embaixada da Hungria. Assim como o messias, o original, devia se perguntar: Órbán, por que me traístes?


Desde a revelação do NYT o mundo jurídico debate: prende ou não prende o traste? Pedro Serrano, o garantista dos garantistas, perdeu a paciência e bradou: "prenda o sacripanta fujão!" Já Gabeira, homiziado com seu gato no bunker da Globo News, retrucou: "que nada, o sujeito tava borrando de medo de ser preso. Ele tem todo o direito de procurar refúgio na embaixada", disse o ex-guerrilheiro fake que entende de embaixador.


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Hoje o Datafolha revelou que "petista confia mais em instituições que bolsonarista", atiçando a tal "polarização" sem ir a fundo na coisa. Não é que o bolsonarismo confia ou não confia nas instituições. Ele, na verdade, quer é destruí-las. E, em cima dos seus destroços, edificar um estado autoritário com tintas cada vez mais nítidas de uma teocracia miliciana, o evangelistão. A Micheque é seu projeto mais bem acabado em sua essência ambiciosa e, principalmente, inescrupulosa.


A ordem é avançar, avançar e avançar pra cima do Estado laico e de seus bens culturais.


O tablado do Theatro Municipal de SP que por anos reverenciou monstros sagrados da cultura brasileira, como Bibi Ferreira e tantos outros, virou púlpito de um culto neopentecostal em ode à princesa de Ceilândia.


Que dureza, amigos.


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Helcio Albano é jornalista e editor-chefe do Jornal Daki.

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