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Carta 15 de outubro

Por Hélida Gmeiner

Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

Carta a todas e todos que um dia estiveram ou que ainda estão na escola brasileira,


Em algum (ou em todo) lugar nesse planeta, 15 de outubro de 2023


Tudo bem com você?


Eu aqui, estou pensando seriamente nesse conjunto de acontecimentos que cercaram a última semana. Entre comemorações e horrores de guerras, uma semana para pensar.


É possível que esta carta te alcance ainda no dia 15: Dia dos Professores! Três dias depois do Dia das Crianças. As comemorações, apesar de parecerem descabidas nos tempos atuais, são necessárias, pois sem elas a dureza cotidiana nos derrubaria e por certo pereceríamos. Mas comemorar não é o mesmo que negar a gravidade do momento, certo?


Faz pouco mais de uma semana, explodiu um novo e sangrento conflito em Gaza, notícias de que crianças são as principais vítimas apertam o coração e nos lembram que há crianças onde há conflitos, seja em Gaza ou na Maré, na Amazônia, nas periferias da Bahia, na Ucrânia. Há crianças também na violência urbana, nos feminicídios…



Eu daqui estou abatida, triste, estarrecida. O sentimento de impotência só se dissipa um pouco, tendo sorrisos arrancados pelas imagens das comemorações por crianças e profissionais de educação, a alegria contagia e me lembra que a escola de Paulo Freire é muito mais que paredes, e que portanto é potência transformadora.


Mas nesse contexto que parece sucumbir a tanta violência, há a Educação e seus profissionais. Há a desvalorização e há a resistência, há luta. É preciso nos mantermos, educadores a educar. Despertar consciências e acender esperanças. Recorrer ao nosso patrono, que resistiu em vida e precisou de nós para resistir depois que partiu. É preciso seguir, para sonhar seus "sonhos possíveis". Esperançar!


Essa carta hoje, é um apelo e uma convocação: Que você que está, ou que um dia esteve na escola (por lei todos deveriam ter estado nela), abane com sua força (e ações) essa chama, e que ela se torne um incêndio, como as tristes queimadas que varrem a Terra. Que seja luz!


Um forte e fraterno abraço!


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Hélida Gmeiner Matta é professora da Educação Básica da rede pública. Pedagoga, Especialista em alfabetização dos alunos das classes populares, Mestre em Educação em Processos Formativos e Desigualdades Sociais e membra do Coletivo ELA – Educação Liberdade para Aprender.




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