Derrubada de veto da energia pode gerar 6 anos de bandeira vermelha
- Jornal Daki
- há 5 horas
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Estimativa da FNCE é que consumidor terá custo adicional de R$ 4,46 por cada 100 quilowatts hora, mesmo valor da bandeira vermelha patamar 1

A derrubada pelo Congresso Nacional dos dispositivos do veto que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) havia aplicado no texto do Marco Regulatório de Energia Offshore pode gerar um custo adicional na conta de luz equivalente a seis anos de bandeira vermelha de patamar 1 e mais 19 anos de bandeira amarela, conforme estudo técnico da Frente Nacional dos Consumidores de Energia (FNCE).
O cálculo estima que a decisão do Congresso resultará em um adicional de R$ 197 bilhões até 2050, com aumento aproximado de 3,5% na conta de energia e impacto direto no preço dos produtos e serviços, com subsequente alta da inflação.
A estimativa é que cada 100 quilowatts hora (kw/h) consumidos passe a valer o equivalente a R$ 4,46, nos primeiros 72 meses – mesmo valor da bandeira vermelha de patamar 1 -, e mais 228 meses de R$ 1,88 para cada 100 kw/h – o mesmo da bandeira amarela.
A FNCE destaca que, numa comparação com o sistema de bandeiras tarifárias da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), é como se a derrubada do veto presidencial acarretasse ao Brasil, por um período de seis anos ininterruptos, valores que são aplicados em contextos de seca extrema, apena
O que está acontecendo
O presidente Lula havia vetado emendas no marco regulatório do funcionamento das usinas eólicas que concediam benefícios financeiros às usinas termelétricas.
Na última terça-feira (17/6), o Congresso derrubou os vetos, fazendo valer os benefícios às termelétricas.
Há reações de entidades representativas de consumidores que reclamam do impacto do aumento na conta para os clientes.
Representantes de usinas de produção de energia renovável, como eólicas e solares, se mobilizam para, possivelmente, acionar a Justiça para tentar reverter os efeitos da derrubada dos vetos de Lula.
Marco Regulatório
O Marco Regulatório de Energia Offshore trata da geração de energia vinda por meio de turbinas eólicas. O que Lula fez foi derrubar dispositivos considerados “jabutis”, termo que designa trechos inseridos em uma lei sem relação com a proposta inicial.
Estimativa realizada pela Abrace é de que os “jabutis” podem acrescentar R$ 545 bilhões nos próximos 25 anos nas contas de energia do Brasil. Os tais “jabutis” que haviam sido derrubados pelo presidente incluem a contratação compulsória de pequenas centrais hidrelétricas (PCHs). A FNCE critica a medida do Congresso.
“Portanto, ao colocar em vigor o jabuti das PCHs, o Congresso Nacional institui no marco das eólicas offshore um dispositivo que promove a retração da geração eólica e solar no país”, diz a Frente Nacional.
Outra crítica que a FNCE faz à derrubada dos vetos é quanto ao desestimulo para as energias renováveis, como solar e eólica. O argumento da instituição é que, atualmente, o Brasil tem uma sobreoferta de energia e o incentivo para as PCHs faz com que elas tenham uma competitividade artificial, o que prejudica as fontes renováveis, como eólica e solar.
“Portanto, ao colocar em vigor o jabuti das PCHs, o Congresso Nacional institui no marco das eólicas offshore um dispositivo que promove a retração da geração eólica e solar no país”, diz trecho da nota da FNCE.
*Com informações Metrópoles
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