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Ianê: Quem tem lindas histórias para contar - por Oswaldo Mendes


Acervo Pessoal
Acervo Pessoal

Surpreso fiquei ao ser informado que tinha uma leitora assídua dos meus artigos que escrevi na pandemia com Sambistas e que lera todos ou quase todos e perguntava quando publicaria novos.

Me chamou a atenção e busquei contato e pela segunda vez me surpreendi. Era uma sexta-feira com sol a pino, sem nuvens e o céu refletia seu olhar.

Sentada numa poltrona, com vestido longo, vermelho como a cor da sua querida agremiação carnavalesca, a qual por décadas desfilou como destaque e que tanto ama: Salgueiro.


Com nome cigano, escolhido pelo seu pai – Sr. Alexandre, que foi militar e muito aproveitou a vida, que foi curta, mas vivida. Sua mãe – Maria Rios, fez a maior doação que um ser humano pode assim conceder, pois ao nascer ela veio a falecer.



Criada pela Madrasta, que muito a castigou e a penalizou por ser fruto de outro amor de seu genitor. Muito sofreu e sentiu dores. Infância trágica para uma Soteropolitana.


Com a morte de seu pai, aos onze anos, o qual pediu ao tio, no leito da morte, que não deixasse que sua filha virasse “pano de chão”, mas ele fez apenas ouvir e depois esqueceu.


Aos doze anos casaram-na. Desse casamento adveio duas crianças, a qual uma delas veio posteriormente a falecer.


Ela, Ianê Rios, tinha que resolver seus problemas e assim começou a estudar, e muito. Se formou como Professora, passou no primeiro concurso e foi lecionar no Rio de Janeiro, em Belford Roxo, na Escola Leopoldo Reis.


Continuou a estudar. Trabalhando, iniciou o processo de independência financeira, que a libertou de muitos sofrimentos e humilhações, assim, veio o divórcio do casamento e novas conquistas em concursos públicos e renovação do círculo social.


A música sempre acompanhou sua vida, assim como os livros. Ela cita que busca e se ampara na alegria para ter saúde e felicidade. A vitória é um resultado daquilo que se espera e se plantou, que sempre buscou separar o joio do trigo e que cada dia da vida tem que ser brindado.



No Sambódromo do Rio, Ianê conta que já fez, por anos, história. Sempre foi exímia dançaria e, portanto, adorava sambar e que ainda o faz, mesmo com alguns cabelos que insistem em embranquecer. Ela adora dançar. Adora sambar. Adora a vida!


Na sala de sua bela casa, em um luxuoso condomínio, estávamos juntamente com Gerson Nagib e sua Secretária, a qual demonstra sempre grande carinho, que é plenamente devolvido com a mesma intensidade. Escutava-se o tempo todo, durante esta entrevista, em volume baixo, a voz inconfundível de Quinho.


Certamente a Ianê fez do limão uma limonada, sua vida foi exemplo aos amigos que sempre deu a mão e aos que, apenas a testou, foi apresentado o desprezo.


Como um verdadeiro enredo na avenida da vida, ela samba de alegria e afirma que, novamente, estará na Marques de Sapucaí agora em 2023. A vida a espera!


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Oswaldo Mendes é sambista e engenheiro.



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