MPRJ recria Gaesp para controlar atividade policial e asfixiar poder financeiro do crime
- Jornal Daki
- 4 de fev.
- 2 min de leitura

O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) anunciou, nesta terça-feira (4), a recriação do Grupo de Atuação Especializada em Segurança Pública (Gaesp). Extinto em 2021, o órgão retoma as atividades para controlar a atividade externa policial e asfixiar financeiramente as facções criminosas.
Os promotores, portanto, voltam a comparecer aos locais de crime em casos de grande impacto social e relevância estratégica. Também vão acompanhar as investigações até a fase final. De acordo com o órgão, esta forma de trabalho permitirá um controle mais efetivo à atividade policial. Neste início, a equipe será formada por 14 promotores.
A coordenação do Gaesp será liderada pelo subcoordenador do Grupo de Atuação Especializada e Combate ao Crime Organizado (Gaeco) Fábio Corrêa, que vai acumular, temporariamente, as duas funções. Em coletiva de imprensa, na tarde desta terça-feira (4), o promotor disse que deseja implementar uma ação coordenada entre o órgão e as polícias Civil e Militar.
A tentativa de unir esforços acontece em meio a uma escalada de violência no estado do Rio de Janeiro e um dia antes da retomada do julgamento da Ação Declaratória de Constitucionalidade das Favelas (ADPF das Favelas) no Supremo Tribunal Federal. O Gaesp pode atuar diretamente em investigações relacionadas a abusos cometidos durante operações policiais, como as que têm sido questionadas na ADPF.
"Chegamos a um nível inaceitável de criminalidade. E, neste momento tão conturbado, é necessário que MP, governantes, parlamentares e forças de segurança sentem-se à mesa para tratar conjuntamente do problema. E isso inclui também a integração com a União. Os entes federativos precisam deixar de lado diferenças políticas e ideológicas e atuar na solução do problema, que não é um problema apenas das polícias, mas de toda a sociedade. Precisamos atuar de maneira integrada para virar a chave da situação atual", disse o procurador-geral de Justiça, Antonio José Campos Moreira.
Conforme publicado no Diário Oficial do MPRJ, o grupo vai trabalhar em regime de plantão, contínuo e ininterrupto, 7 dias por semana, 24h por dia, inclusive em finais de semana e feriados. O Gaesp contará com técnicos especializados e com o apoio do Núcleo de Apoio às Vítimas (NAV/MPRJ), da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ), da Coordenadoria de Inteligência da Investigação e outras estruturas da Procuradoria-Geral de Justiça.
Logo após o anúncio da retomada do grupo, a deputada estadual e presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Alerj, Renata Souza (Psol), destacou a importância do órgão para a segurança pública. "A recriação do Gaesp pelo Ministério Público é uma importante vitória dos movimentos por direitos humanos no Rio de Janeiro. Isso significa a volta do grupo de investigação de crimes cometidos por policiais, que tinha sido extinto em 2021. São muitos casos sem respostas. A sociedade só tem a ganhar com o fortalecimento do controle externo da atividade policial", disse.
*Com informações O Dia
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