Salton se beneficiava de trabalho escravo, revela MTE
Além da famosa vinícola do Sul, Aurora e Cooperativa Garibaldi também se beneficiavam
![Alojamento de trabalhadores resgatados em condições análogas à escravidão em Bento Gonçalves (RS). Créditos: MPT-RS](https://static.wixstatic.com/media/037a82_b089db57002743499b24c8b998699869~mv2.jpeg/v1/fill/w_144,h_81,al_c,q_80,usm_0.66_1.00_0.01,blur_2,enc_auto/037a82_b089db57002743499b24c8b998699869~mv2.jpeg)
Pelo menos 180 trabalhadores foram resgatados de situação análoga à escravidão em operação conjunta da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Polícia Federal (PF) e Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) na noite desta quarta-feira (22) em Bento Gonçalves, na Serra Gaúcha.
Os trabalhadores foram aliciados pela empresa Oliveira & Santana na Bahia para a safra da uva no Rio Grande do Sul. A promessa da empresa, que possuía contratos com vinícolas famosas da região, entre elas a Salton, Aurora e Cooperativa Garibaldi, era de pagar salários superiores a R$ 3 mil na colheita da uva, com direito a acomodação e alimentação.
Mas não era nada disso. Três homens que trabalhavam na colheita conseguiram fugir e denunciar à Polícia o horror em que viviam com os trabalhadores em alojamentos insalubres, com atrasos no pagamento de salários, jornadas exaustivas, violência física, alimentação inadequada e até mesmo cárcere privado. Em relato ao MTE, parte desses homens relatou que castigos com choque elétrico e spray de pimenta eram constantes.
O proprietário da Oliveira & Santana , que tem 45 anos, foi preso e encaminhado ao Sistema Penitenciário do Rio Grande do Sul. Ao longo desta quinta-feira (23), o Ministério Público do Trabalho (MPT) concluiu a coleta de depoimentos desses trabalhadores e, agora, trabalha para regularizar as verbas rescisórias e indenização às pessoas que estavam em situação análoga à escravidão.
Em nota, as vinícolas disseram que não se responsabilizam pela forma de contratação da empresa terceirizada e que respeitam a legislação trabalhista. O MTE, por sua vez, disse que a responsabilidade é solidária e, nesse caso, se o atravessador (empresa terceirizada) não pagar o devido aos trabalhadores, as vinícolas terão que ser responsabilizadas.
Com informações de Fórum.
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