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A falta de leitura, pesquisa no Googlee a confusão dos “Príncipes”

Por Rofa Araújo


Foto: Reprodução
Foto: Reprodução


Na semana que passou, de julgamento dos que praticaram ato terroristas em 8 de janeiro, pudemos perceber que a situação pode ser ainda pior, tendo em vista em vista que nem os advogados dos réus estão preparados para a defesa de seus clientes.


A imagem de “homem das leis” sempre foi a de que seria letrado e de quem usa a sapiência e cultura a seu favor para na sua defesa utilizar-se desses artifícios culturais na sua oratória, convencendo a todos por esse maio. Só que é bem assim que aconteceu...


A declaração de Hery Kattwinkel, advogado de Thiago Mathar, um dos réus que foram julgados na 5ª feira (14/09/2023) por envolvimento no 8 de janeiro, foi alvo de comentários gerais devido a erros absurdos para quem estava ali para fim de defender alguém. Ao falar no plenário do STF (Supremo Tribunal Federal), Hery confundiu as obras “O Príncipe”, de Nicolau Maquiavel, e “O Pequeno Príncipe”, de Antoine de Saint-Exupéry, dizendo: “Como diz ‘O Pequeno Príncipe’, os fins justificam os meios e podemos passar por cima de todos”.



No entanto, a citação não consta na obra de Maquiavel nem na de Saint-Exupéry. Em resposta, o ministro do STF Alexandre de Moraes classificou a fala do advogado como uma “aula do que não deve ser feito”. Uma bagaceira sem precedentes!


Para quem ainda não está situando o que tem ou não a ver as duas obras, enquanto “O Príncipe”, escrito pelo italiano Nicolau Maquiavel, foi publicado pela 1ª vez em 1532 e trata sobre política, o livro “O Pequeno Príncipe”, do francês Antoine de Saint-Exupéry, é de 1943 e é considerado uma fábula ou conto filosófico.


Portanto, o que tem a ver confundir alho e bugalho dessa magnitude? Isso é simplesmente falta e leitura e uso sem reflexão das pesquisas do Google que, aliás, nem mesmo o famoso site de pesquisas deve errar tanto assim. É pura falta de noção de quem não tem o que falar e quer lacrar, causar, em cima de algo polêmico para desvio a atenção do próprio julgamento sobre um crime bem nítido e filmado pelos próprios réus.


Esse fato faz lembrar, quando numa entrevista a Pedro Bial, o na época ex-juiz Sérgio Moro foi indagado pelo jornalista qual seria seu livro de cabeceira ou que teria lido e chamou sua atenção e o “marreco”, quer dizer o atual senador, pestanejou e ficou no vácuo que não tinha como responder por não ter lido nada ou nem ter esse costume. Assim, estão os novos profissionais dos tempos atuais.


“Isso é uma vergonha!”, como diria Bóris Casoy. Como pode um advogado ou um ex-juiz ou não ler ou confundir algo tão evidente até mesmo por se tratar, pelo menos em relação ao livro “O pequeno príncipe”, de um obra tão difundida, lida e comentada ao longo do tempo e até mesmo atemporal devido sua importância.


É a prova de que a leitura é importantíssima para todas as idades, para todas as profissões e para todos os tempos. Sempre será possível utilizar-se de sua essência para diversos usos para o bem da cultura e vida cotidiana.


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Rofa Araujo é jornalista, escritor (cronista, contista e poeta), mestre em Estudos Literários (UERJ), professor, palestrante, filósofo e teólogo.




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