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Expectativa

Foto do escritor: Jornal DakiJornal Daki

Por Hélida Gmeiner Matta


Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

Pouco mais de 10 dias após o resultado de uma das eleições mais importantes da nossa História, estamos vivendo uma espécie de noivado com data marcada. Acho que a metáfora cabe muito bem a esse momento…


Não sei você, leitor ou leitora, mas eu estou me roendo de ansiedade e preocupação. Apostei muito nessa eleição porque sabia muito bem a necessidade de romper com a toxicidade do, ainda, infelizmente, atual governo brasileiro.


Vencemos, e a posse é a cerimônia e a data mais aguardadas. No entanto, essa transição assusta e salienta as dúvidas que já carregávamos.


Vou destacar o tema sobre o qual essa coluna se dedica, a Educação. Sobre ela, poucas informações oficiais da equipe de transição, o que é natural, na verdade: só 10 dias.


As expectativas, muitas vezes, são acompanhadas de receios, com ou sem bases sólidas. Gato escaldado tem medo de água fria, diriam os antigos. As especulações agradam a uns e, na mesma medida, horrorizam outros. Alguns envolvidos se preocupam em trazer tranquilidade, e já há boa matéria informal circulando.




Com esse texto, escrito em diálogo com muitas visões sobre essas especulações, penso em contribuir para que sejamos "parentes confiantes", não acríticos, mas com a consciência do delicado momento desse início. Aguardar as decisões com tranquilidade, sem pressupostos intolerantes, sem "eu já sabia". Vamos fazer mais sugestões, vamos buscar as construções e os caminhos para reconstruir nossa educação devastada, conscientes das agudas dificuldades do momento.


A meu ver, do lado de cá dos muros deste novo governo, é fundamental aproveitar a capilaridade das redes sociais para expressar essas sugestões e as reflexões que as sustentam. Na mesma proporção, espero muito sinceramente, que a busca pela governabilidade não deságue na educação, confirmando a indignação de Darcy Ribeiro.


O PNE, ou Plano Nacional de Educação, foi anunciado como uma das duas balizas do programa defendido pela equipe de transição, que até o momento não foi oficializada, mas que tem o nome confirmado de Henrique Paim como coordenador. Essa baliza é muito relevante, pois é resultado de um processo democrático. Ainda assim, é justa e injustamente alvo de críticas. Hoje a principal crítica que faço a ele é sua desatualização, visto que foi formulado antes do governo Bolsonaro e da pandemia de Covid-19. Esses dois, fatores que transformaram completamente as perspectivas que sustentaram esse Plano.


É urgente, e deve ser prioridade do novo governo, rever esse plano. É ainda fundamental e inadiável dialogar com a base da Educação, com entidades de classe e pesquisadores progressistas.


E assim, que haja diálogo, compromisso público e responsabilidade social nesse Brasil a partir de 01 de janeiro de 2023.


São meus votos à união brasileira, por um Brasil de todas, todos (e todes, claro).


Colaboração: Alba Nascimento, Fabiana de Mesquita e Graciane Volotão

 

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Hélida Gmeiner Matta é professora da Educação Básica da rede pública. Pedagoga, Especialista em alfabetização dos alunos das classes populares, Mestre em Educação em Processos Formativos e Desigualdades Sociais e membra do Coletivo ELA – Educação Liberdade para Aprender.



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