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Furtos e roubos de bicicletas disparam na Zona Sul, apontam dados do ISP

O aumento é alarmante em comparação ao passado; Ao DIA, ciclistas revelaram alternativas para continuar pedalando na cidade

Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

Fáceis de transportar, as bicicletas têm se tornado alvos cada vez mais frequentes de criminosos, sobretudo na Zona Sul. Dados do Instituto de Segurança Pública (ISP) revelam que, de janeiro a julho de 2025, foram furtadas 408 bicicletas apenas entre Leblon e Ipanema — um aumento de 254,8% em relação ao mesmo período do ano passado, quando houve 115 ocorrências.

De acordo com o levantamento, o total de casos em julho foi o dobro do registrado em 2024, chegando a 48. Incluindo bairros como Copacabana, Humaitá, Botafogo, Catete, Cosme Velho, Flamengo, Glória e Laranjeiras, o sétimo mês de 2025 contabilizou 103 furtos — 39 a mais do que o ano anterior, o que corresponde a um acréscimo de 61%.


O comparativo juntando os 10 bairros é ainda mais alarmante. De janeiro a julho deste ano houve 891 ocorrências - 472 a mais do que em 2024, o que representa um aumento de 113%.


Os roubos desse meio de transporte também cresceram na região do Leblon e de Ipanema. Em seis meses, foram 12 ocorrências, contra apenas quatro na mesma ocasião de 2024. No mês de julho, o crime não foi constatado. Nas demais regiões, o número de roubos diminuiu.

De acordo com ciclistas que circulam pela Zona Sul, entre as alternativas para andar em segurança estão formação de grupos, boa tranca e seguro para os veículos, além de atenção nas ruas.


Um dos atletas, Pedro Cury, 45 anos, disse que criou há mais de 20 anos um site sem fins lucrativos, voltado para ajudar a localizar bicicletas furtadas e roubadas. Na plataforma, bicicletasroubadas.com.br, o Rio de Janeiro consta como o segundo estado com mais ocorrências.

"Eu criei o site porque eu tinha medo de ser roubado e a gente está falando de muitos anos atrás, não tinha nem seguro de bicicleta. Naturalmente, temos um aumento no número de registros, até porque aumentou muito o número de bicicletas, mas a gente vê que tem situações que nunca se resolvem, e que acabam entrando nesses ciclos onde a gente tem mais roubos no geral", disse.


Pedro frisou que os casos que mais ocorrem são de furtos. "Eu acho que uma coisa que as pessoas não percebem muito é sobre trancar a bicicleta corretamente. Então, você dá uma boa tranca e efetivamente saber trancar é uma coisa muito importante. E realmente o seguro é a melhor solução, porque mesmo com um rastreador você não vai conseguir recuperar sua bicicleta. Além de ficar atento, para não virar um alvo", reforçou.


Outros ciclistas ouvidos pela reportagem contaram ainda já terem passado por situações de roubos na região, como é o caso do ministro religioso Eduardo Transcoveski, de 62 anos.

"Foram duas situações de incidentes. Em uma eu estava pedalando com um amigo no Alto da Boa Vista, e levaram os nossos celulares. Seis meses depois, nós tivemos outra situação, estávamos em quatro ciclistas e três assaltantes nos abordaram e levaram três 'bikes'. Ou seja, mesmo andando em grupo a gente acabou tendo essa dificuldade. Isso foi no Aterro, às 4h30, em um local e horário fechado só para ciclistas", afirmou.


Os incidentes ocorreram com Eduardo há cerca de 2 anos, mas ele explica que a sensação de insegurança aumenta cada vez mais.


"Não mudou nada porque a gente vê os colegas todos reclamando, a gente sabe de situações diversas nesse sentido. Então, acho eu que a coisa só piorou na verdade, não houve nenhuma melhora. Infelizmente, a gente está à mercê dessas ocorrências, porque eu duvido que a gente vai ter, por exemplo, policiais na rua nesse horário", lamentou.


O ciclista citou que é difícil garantir segurança, mas comentou o que faz para minimizar os riscos. Uma das alternativas, segundo ele, é andar em grupos grandes, de 20 a 30 ciclistas, como costumam fazer ao sair da Praça Sáenz Peña, na Tijuca, para o Aterro do Flamengo.

"A gente minimiza andando em grupo, mas nem sempre você consegue depender de quatro, cinco ou seis para pedalar, às vezes você tem que ir sozinho. Uma outra coisa é escolher um horário um pouco mais claro, mas nem sempre todos podem, porque a gente pedala para depois trabalhar. Então, fica difícil sair 6h ou 7h, temos que sair de madrugada. Além disso, acho que escolher o trajeto é muito importante, como não ir para locais onde o índice de roubo é alto", explicou.


Outro condutor, José Augusto, de 44 anos, relatou que após ser roubado em outubro do ano passado, passou a pedalar apenas depois de colocar o seguro no veículo.


"Às vezes não é nem tanto pelo valor, mas pela sensação de segurança. É uma alternativa para conseguir andar tranquilo na rua. A gente sai muito em grupo, acabamos pedalando muito cedo por conta do trânsito e tudo mais, por causa do fluxo de carros, então a gente evita sair sozinho por conta da insegurança. Geralmente, saímos em um grupo com 15 a 20 pessoas, é difícil estar sozinho", afirmou

José sofreu um assalto à mão armada ao sair do Aterro do Flamengo a caminho da Tijuca, na Zona Norte. Posteriormente, ele encontrou a própria bicicleta sendo vendida em um site de compras na internet.


"Eu e um colega sofremos um acidente e ficamos sem condição de pedalar. Aí um outro colega nosso foi buscar a gente de carro. Quando a gente estava retornando para Tijuca, um carro fechou a gente e levou tudo. Nisso, ficamos monitorando com a polícia até que a bicicleta apareceu em uma plataforma e foi vendida logo depois", relatou.


Com a ajuda da plataforma e de amigos, ele conseguiu contato com o comprador, que devolveu o veículo. "Na época, a polícia tentou reaver, marcando de buscar essa bicicleta, de tentar comprar e tudo mais, mas não conseguiu. E aí eu também anunciei a bicicleta em um site de bicicletas roubadas. Até que o comprador entrou em contato com o site, que entrou em contato comigo. Conversamos e eu fui lá buscar a bicicleta", finalizou.

*Com informações O Dia

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