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Abaixo ao racismo com muita consciência 

Por Rofa Rogério Araújo


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A origem do Dia da Consciência Negra, comemorado em 20 de novembro, remonta aos movimentos sociais que buscaram, a partir da década de 1970, um dado para celebrar a cultura e a resistência do povo negro contra a escravidão e o racismo. A data foi escolhida para homenagear a morte de Zumbi dos Palmares, um dos maiores líderes da resistência à escravidão no Brasil, ocorrida em 1695. A homenagem foi oficializada por lei em 2011 e, em 2023, tornou-se feriado nacional. 


O movimento negro, que havia perdido força após a abolição da escravatura, ressurgiu com força, buscando combater o racismo e a marginalização da população negra. O Grupo Palmares, em Porto Alegre, realizou o primeiro ato público em homenagem a Zumbi e à luta negra, escolha no dia 20 de novembro. O Congresso Nacional aprovou a lei que transformou o Dia da Consciência Negra em feriado nacional, sendo realizado pela primeira vez em todo o país em 2024. 


É uma data importante para homenagear a luta e a resistência do povo negro contra a escravidão e o racismo no Brasil; promover uma reflexão sobre a história e a cultura afro-brasileira; e incentivar o combate ao racismo e a busca pela igualdade racial. 


Nelson Mandela, presidente e líder sul-africano, disse: “Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se podem aprender a odiar, elas podem ser ensinadas a amar”. Esse “desserviço do ensino” é algo que, infelizmente, existe na sociedade mundo afora e, parafraseando Mandela, é necessário “ensinar a amar” e não a discriminar.


Martin Luther King, pastor e líder de movimento contra o racismo, afirmou: “Eu tenho um sonho que meus quatro pequenos filhos um dia viverão em uma nação onde não serão julgados pela cor da pele, mas pelo conteúdo do seu caráter”. Ninguém pode, de antemão, ser julgado, preterido ou escolhido, unicamente pela cor de sua pele, mas pela sua experiência ou mesmo atitudes de seu caráter em sua vida.   


A grande e saudosa repórter, Glória Maria, desabafou: “Tudo é mais difícil para um negro. Você tem que provar 100 vezes que você é o melhor. É cansativo, duro, doloroso. Se você não tiver uma força extraordinária, não consegue passar por isso. Mas eu vim ao mundo para lutar. Sou uma guerreira!”. Parece que a exigência ao negro é maior que a outra cor de pele. Por que será? Não há razão porque esse não melhor nem pior que ninguém, mas igual.


Malcom X, morto a tiros em 21 de fevereiro de 1965, em Manhattan, Nova York, enquanto se preparava para discursar em um evento da Organização da Unidade Afro-Americana, alertou: “Estou contra toda forma de racismo e segregação, toda forma de discriminação. Eu acredito nos seres humanos, e que todos os seres humanos devem ser respeitados como tais, independentemente da sua cor”. Respeito é algo fundamental para todos os seres humanos, de qualquer cor, raça, religião ou condição social.


Recentemente, a autora mineira Ana Maria Gonçalves, de 54 anos, tomou posse em sua cadeira na Academia Brasileira de Letras. A escritora, autora de “Um Defeito de Cor” é a primeira mulher negra em 128 anos de ABL, a casa de Machado de Assis. Em sua posse, disse: “Venho falando pretuguês, escrevendo a partir de noções de oralitura e escrevivência”. Uma mistura, de quem vive na própria pele e relata sobre isso em sua literatura. Algo muito significativo quando se contempla a representação de alguém tão importante, não pela sua cor, mas pela sua competência na área de formação e desenvolvendo seu trabalho.   


“Escrevivência” é um conceito criado pela escritora Conceição Evaristo que uma das palavras “escrever” e “vivência”, referindo-se a uma escrita que faz parte da experiência pessoal, mas que transcende o indivíduo para se tornar um ato de representação, especialmente da vivência negra.


Assim, precisamos cada vez mais lutar, sempre, “abaixo ao racismo”, com muita consciência de toda e qualquer cor de pele. 


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Rofa Araujo é jornalista, escritor (cronista, contista e poeta), mestre em Estudos Literários (UERJ), professor, palestrante, filósofo e teólogo. 


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