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MPF vai pra cima de Jovem Pan e presidente do grupo renuncia

Emissora é conhecida por abrigar comentaristas golpistas como Rodrigo Constantino, Alexandre Garcia e Paulo Figueiredo

Alexandre Garcia, Tutinha, Paulo Figueiredo e Rodrigo Constantino/Foto: Reprodução
Alexandre Garcia, Tutinha, Paulo Figueiredo e Rodrigo Constantino/Foto: Reprodução

Fórum - O Ministério Público Federal (MPF) instaurou nesta segunda-feira (9) um inquérito para apurar a conduta da rede Jovem Pan na disseminação de conteúdo desinformativos a respeito do funcionamento das instituições e com potencial para incitar atos terroristas e antidemocráticos.


De acordo com comunicado do MPF, o foco da investigação será a veiculação de notícias falsas e comentários abusivos pela emissora, sobretudo aqueles direcionados contra os Poderes constituídos e a organização de processos democráticos no Brasil.


Para o MPF, a escalada dos movimentos terroristas e golpistas coincide com a veiculação maciça feita pela Jovem Pan de fake news e discursos que atentam contra a ordem institucional.


Cobertura do ataque terrorista

O órgão também destaca a cobertura feita pela emissora sobre os atos golpistas e terroristas realizados neste domingo (8) em Brasília.


Segundo o MPF, os comentaristas da Jovem Pan minimizaram o teor de ruptura institucional dos atos e, além disso, tentaram justificar as motivações dos terroristas.


Os comentários do jornalista Alexandre Garcia são alvos de destaque do MPF. Segundo o órgão, Garcia fez "uma leitura distorcida da Constituição para atribuir legitimidade às ações de destruição diante do que ele acredita ser um contexto de inação das instituições.


O Ministério destaca uma aspa de Alexandre Garcia considerada grave: "“É o poder do povo”, disse, em alusão ao artigo 1º da Lei Maior. “Nos últimos dois meses as pessoas ficaram paradas esperando por uma tutela das Forças Armadas. A tutela não veio. Então resolveram tomar a iniciativa".


Outro comentarista que é apontado como relativizar e justificar os ataques golpistas é Paulo Figueiredo. Para o MPF, Figueiredo "foi outro a proferir ataques aos Poderes da República e validar os atos de vandalismo. Mesmo quando vândalos já haviam invadido e destruído prédios públicos. O comentarista tentou imputar aos agentes públicos que neles atuam a culpa pelo caos instalado", diz o MP.


Além disso, o MPF também afirma que a Jovem Pan, desde meados de 2022, faz "ataques infundados ao funcionamento das urnas eletrônicas e à atuação de membros do Judiciário".

O bolsonarista radical e golpista Rodrigo Constantino também é apontado como um dos comentaristas que incita ações antidemocráticas.


Caso a Jovem Pan seja condenada ela pode sofrer multas e indenizações por danos coletivo, suspensão da concessão por 30 dias ou a cassação, em caráter definitivo, da concessão.

As determinações do MPF contra a Jovem Pan O MPF enviou ofício determinando que a Jovem Pan forneça, em até 15 dias, informações detalhadas sobre sua programação e os dados pessoais dos apresentadores e comentaristas dos programas Jovem Pan News, Morning Show, Os Pingos nos Is, Alexandre Garcia e Jovem Pan – 3 em 1. O documento inclui ainda uma notificação para que a empresa se abstenha de promover quaisquer alterações nos canais que mantém no YouTube, seja a exclusão de vídeos, seja tornar sua visualização restrita, pois todo o conteúdo será objeto de investigação minuciosa.


Ao YouTube, o MPF ordenou a preservação da íntegra de todos os vídeos publicados pela Jovem Pan desde janeiro de 2022 até hoje. A plataforma deverá ainda informar em até 30 dias a relação completa dos conteúdos removidos ou cujo acesso público foi restringido pela emissora, para compreender melhor quais razões motivaram essas ações. O YouTube terá também que indicar os vídeos que foram alvo de moderação de conteúdo pela própria plataforma ao longo do ano passado, especificando os fundamentos adotados nesse controle.

A íntegra da decisão do MPF pode ser conferida aqui.


Tutinha renuncia ao comando da JP

O empresário Antônio Augusto Amaral de Carvalho Filho, conhecido como Tutinha, renunciou ao cargo de presidente do Grupo JP nesta segunda (09).


Tutinha, 66, toma a decisão um dia depois de a JP News ser acusada nas redes sociais de fomentar o terrorismo bolsonarista, que atacou os prédios do Três Poderes, no DF, ontem.


Milhares de denúncias contra a rádio e seus comentaristas foram enviadas ao Ministério da Justiça e ao STF, durante a cobertura.


Com UOL.

 

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