O incrível Silvinei, o Tommy do multiverso bolsonarista

Por Helcio Albano

Silvinei Tommy Vasques/Arte: Jornal Daki

Silvinei Vasques, o ex-todo poderoso da PRF no governo do coisa ruim, foi preso no Paraguai de malas prontas pra El Salvador, a terra prometida da extrema direita.

O ex-policial golpista tentava fugir de uma cana de 24 anos imposta a ele por conspirar contra as eleições de 2022, ordenando blitzes irregulares em estradas de regiões de forte eleitorado lulista.

E o enredo da fuga - ah, esse roteirista do Brasil! - não poderia ser nada menos do que o puro suco de bolsonarismo com realismo fantástico, essa instituição latino americana. Tudo começa em Santa Catarina, onde Silvinei cumpria medidas cautelares.

Passava de meia-noite do dia 25. E lá vai Silvinei iniciar sua saga. Rompe a tornozeleira pra sua fuga em disparada, de carro, em companhia de seu pitbull rumo à fronteira. Às 23h do mesmo dia de Natal, a PF vai à sua casa, constata o sumiço, e soa o alerta ao STF - que ordena captura e prisão - e ao Comando Tripartite, que envolve Brasil, Argentina e Paraguai.

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No dia seguinte (26), Silvinei é preso no aeroporto internacional em Assunção. Com ele foram apreendidos um passaporte paraguaio autêntico com nome e foto de outra pessoa, e laudo médico, indicando um carcinoma cerebral que impedia o enfermo de ouvir, falar e enxergar.

Ou seja, o falso Silvinei sofria da síndrome de Tommy, eternizada na ópera Rock de mesmo nome criada por Pete Townshend, guitarrista e líder do The Who.

Aos policiais aduaneiros, o motivo da viagem ao país de Bukele seria o tratamento contra o câncer.

Burro. Se dissesse que ia pra um campeonato de Pinball, colaria.

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Helcio Albano é jornalista e editor-chefe do Jornal Daki.