O mal somente vence quando rouba o lugar do bem
Por Rofa Araújo

Certamente já ouvimos a frase “O bem sempre vence no final”, como resultado de um filme, peça de teatro, novela e um bom romance lido. Aquelas maldades todas dos vilões são resultado da cobiça do que o mocinho possui e não gerado originalmente pelo trabalho aquela antagonista da história.
Então, a personificação do mal somente vence quando rouba quem está à sua frente conquistando sua vitória. É algo fácil de imaginar, basta refletir no quanto isso é uma grande verdade. Quando um ladrão nos rouba, ele o faz porque vê algo físico, já adquirido, com facilidade de usurpar e tê-lo para si, sem o menor esforço.
O grande jurista brasileiro, Rui Barbosa, disse uma frase ótima para refletirmos: “O mal nunca venceu o bem, senão usurpando a este o necessário para o iludir, o arredar, o adormecer, o fraudar, o substituir, o vencer. Se a injustiça, a mentira, o egoísmo, a cobiça, a rapacidade, a grosseria d’alma, a baixeza moral, a inveja, o rancor, a vingança, a traição, aparecessem nus e desnudos aos olhos do indivíduo, aos olhos do povo, aos olhos da sociedade, aos olhos do mundo, ninguém preferiria o mal ao bem, e o bem não se veria jamais desterrado pelo mal.”
Como bem disse o trecho acima o mal somente conquista algo quando engana, ilude, frauda, por meio de injustiças. E muitos que praticam toda essa maldade fazem isso sabem da impunidade que geralmente ocorre no país, principalmente se for cometido por pessoas mais ricas. As mais pobres sempre caem e são presas mais facilmente. A justiça parece cega apenas para não ver o que os abastados erram. Já para os menos favorecidos, ladrões de um quilo de alimento para alimentar a família, logo são presos e condenados à prisão. Roubar milhões parece ser permitido, já alguns reais não.
O pensador Confúcio deixou uma boa reflexão: “Mil dias não bastam para aprender o bem; mas para aprender o mal, uma hora é demais”. Os pis ensinam a vida toda aos filhos os caminhos corretos, mas quando alguém mostra algo errado parece que esse atrai e logo os fazem trilhar essas sendas ardilosas na vida.
O famoso artista plástico Michelangelo deixou em seu legado, além de grandes obras físicas, dizeres marcantes: “Não dura o mal onde não dura o bem, mas é frequente um transformar-se no outro”. E quando o mal parece confundir-se com bem como se fosse tudo a mais perfeito normalidade? Ainda mais no Brasil, onde tudo parece acontecer e ser aceito por estar entranhado o “levar vantagem em tudo, certo?”.
Às vezes o que se percebe é que “O conflito não é entre o bem e o mal, mas entre o conhecimento e a ignorância.”, como disse Buda. Mas, será que quem pratica o mal sempre o faz com consciência ou, por ignorância, se deixa levar por tudo que o meio o sugere ou impõe? É o que muitos espalham como se a sociedade corrompe o indivíduo. Mas este não era para ter forças para se deixar levar por aquilo que não quer ou rejeita, por ter sido ensinado justamente o contrário disso? A não ser que seja cabeça fraca ou ainda não possua uma formação mais sólida capaz de enfrentar o bem aprendido contra o mal à sua volta.
Já o compositor Beethoven, mais receptivo ao que ocorre, disse: “Tenho paciência e penso: todo o mal traz consigo algum bem”. Será? Pode existir algum bem contido no mal? Ou o bem é uma coisa e o mal é algo totalmente distinto e fim de conversa?
Cada um com sua índole do que é certo e errado na vida pode lidar com o mundo e não permitir ser enrolado por quem gosta de conseguir tudo de maneira escusa e não pelo seu trabalho. Assim, o bem sempre o vencedor e o mal sempre o perdedor, pois nunca busca nada pelo seu talento e honestidade e, sim, pelo seu mau-caratismo.
Abaixo o mal e viva o bem!
Nos siga no BlueSky AQUI.
Entre no nosso grupo de WhatsApp AQUI.
Entre no nosso grupo do Telegram AQUI.
Ajude a fortalecer nosso jornalismo independente contribuindo com a campanha 'Sou Daki e Apoio' de financiamento coletivo do Jornal Daki. Clique AQUI e contribua.

Rofa Araujo é jornalista, escritor (cronista, contista e poeta), mestre em Estudos Literários (UERJ), professor, palestrante, filósofo e teólogo.