O último salto
- Jornal Daki
- há 6 minutos
- 2 min de leitura
Por D.Freitas

"-Vem, estamos quase lá
Disse ela enquanto subíamos um aglomerado de degraus que parecia eterno para as minhas pernas. Me puxava pela mão e nem olhava para trás, seu cabelo mesmo curto rebatia e alguns fios grudavam em seu pescoço suado. Eu não fazia ideia para onde ela estava me levando, mas não importava. Abrimos a porta e chegamos ao topo de um enorme edifício. O alaranjado do crepúsculo era tingido levemente com o tom branco das nuvens. Tão leve quanto as nuvens um balão colorido cruzava os céus, tão leve quanto o balão sua mão repousou sobre meu rosto, em um doce e suave, porém longo, beijo. Em seguida ela caminhou até a ponta do edifício e meu braço esticou em sua direção. Ela olhou para trás e sorriu. Tornou a olhar para frente e eu fiquei admirado com todo aquele conjunto de belas coisas ao redor. Tão admirado estava que demorei a perceber que sua mão se soltou da minha. Instantaneamente pensei o quão curto foi o caminho de subida pois o tempo voou junto a ela. Em dois passos ela mergulhou na imensidão alaranjada do céu, salpicado pelos enormes gigantes de concreto que o arranhavam."
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Davi Freitas (D.Freitas) nasceu em São Gonçalo, cria da cultura gonçalense, desde sempre conviveu com músicos, poetas e escritores. autodidata, aprendeu violão e bateria sozinho e junto com o irmão Lucas Freitas fez algumas apresentações até ter, por motivos profissionais, que mudar de estado. Como escritor, participou, pela Editora Apologia Brasil da Antologia em Tempos Pandêmicos e inicia agora sua trajetória no mundo das crônicas e contos.