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Por que o Cinema é a 'Sétima Arte'?

Por Lucas Fortunato

Imagem/Reprodução
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Com origens no final do século XIX, o Cinema já nasce moderno. Os primeiros teóricos dedicados a escrever a seu respeito, comumente o associavam a outras linguagens artísticas, como “escultura em movimento” (Vachel Lindsay); “pintura em movimento” (Leopold Survage); “arquitetura em movimento” (Elie Faure) e “música da luz” (Abel Gance)*.   


Já no início século XX, o intelectual italiano Ricciotto Canudo (1877-1923), fortemente influenciado pelo impressionismo e o futurismo, lançou alguns textos e manifestos a respeito do Cinema. Ele foi o responsável tanto pelo título do Cinema como “Sexta Arte” e, posteriormente, a “Sétima Arte”, termo que acabou mais reconhecido e difundido.


Para a sua “lista”, Canudo partiu de uma colocação anterior, do filósofo germânico Hegel (1770-1831), que apontava “cinco” artes. A saber: Pintura, Escultura, Arquitetura, Música e Poesia. Canudo então, acrescenta à lista o Cinema. Somente depois ele inclui, retroativamente, a Dança, lançando – e consolidando, então – o título de “Sétima Arte” às expressões cinematográficas.


Isso porque, Canudo, como teórico do campo, considerava o Cinema como uma “arte total”, a “arte plástica em movimento”* que, ao unir o aspecto visual das imagens (Pintura, Escultura e Arquitetura) e o aspecto rítmico, do tempo e da sequencialidade, da Dança e da Poesia, tornava-se “suprema”. 



Diferentes outras listas foram propostas, e essa mesma classificação já foi revisitada. Hoje, são reconhecidas como linguagens artísticas próprias, a Pintura, Escultura, Arquitetura, Música, Artes Cênicas (Dança e Teatro), Literatura (antes, Poesia) – sem uma ordem específica – e o Cinema, que segue consolidado como a Sétima Arte.


Vale ainda apontar que muitos contemporâneos reivindicam o acréscimo da Fotografia, História em Quadrinhos e Videogame, respectivamente, a essa lista. Bem como, a Moda e o Design, entre outras expressões, também lutam por seu espaço.


Na educação básica, por exemplo, o ensino de Arte propõe uma abordagem construída a partir da Música; Dança; Teatro; e Artes Visuais – nas quais recorrentemente abordam-se expressões de pintura, escultura, arquitetura, fotografia, cinema, quadrinhos, e outras formas plásticas e gráficas.

 

*Referência: “A essência do Cinema”, em “Introdução à Teoria do Cinema”, de Robert Stam, 2013 (5ª edição).


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Lucas Fortunato é professor de Arte, pesquisador no campo do Cinema-Educação.

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