Professores da rede municipal do Rio decidem manter greve
A decisão foi tomada após a Câmara dos Vereadores aprovar, nesta terça, o projeto de lei da prefeitura que altera benefícios da categoria. O texto será votado em segunda discussão nesta quinta

Professores da rede municipal do Rio decidiram, em assembleia nesta quarta-feira (4), manter a greve que já dura mais de uma semana contra o Projeto de Lei Complementar que altera benefícios da categoria. A decisão foi tomada após a Câmara dos Vereadores aprovar o texto, em primeira discussão, nesta terça-feira (3).
Dos 51 vereadores, 46 votaram - 31 a favor da proposta e 15, contra. Do lado de fora, centenas de professores protestavam para tentar barrar a votação. Houve tumulto e a Polícia Militar usou bombas de efeito moral e spray de pimenta.
O principal ponto de cobrança dos professores é a mudança na contagem da carga horária, que não seria mais calculada em horas, mas em minutos - o que, segundo a proposta, permitiria uma divisão mais precisa do tempo que o docente deve passar em sala de aula e no planejamento das atividades. No entanto, os servidores calculam que irão trabalhar 24 horas a mais por mês com a nova medida - e sem compensação financeira.
O coordenador do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio, Marcel Gavazza, afirma que a prefeitura não dialogou com a categoria.
"Só soubemos através da Câmara do porquê eles estavam fazendo isso. E eles fazem aquele discurso de que vai gerar contensão de despesa, porque eles não vão precisar pagar hora extra - já que a gente vai estar trabalhando a mais; que vai conseguir aumentar a carga horária dos alunos na ponta; que a gente tem direito de mais e por isso querem tirar essa licença, porque não têm em outros entes - mas não comparam, por exemplo, o salário de outros entes e uma série de condições que outros lugares têm e a gente não."
Base do governo, o PT foi um dos partidos que votou pela aprovação do projeto em primeira discussão. Mas, o líder do partido na Câmara, vereador Edson Santos, afirmou que vai apresentar emendas ao texto - umas delas para a supressão da proposta de remuneração por minutagem.
"Nós não podemos reduzir um projeto que trata do estatuto do servidor a essa questão. Existem questões que impactam a vida do servidor no bojo do projeto. Se nós vamos apresentar emendas a essas questões e as emendas forem aprovadas, porque não votar a favor, mesmo levando em conta a dificuldade para aprovar a supressão desse artigo que trata da carga horária dos professores?"
O texto será votado em segunda discussão nesta quinta-feira. Os vereadores também vão analisar emendas propostas ao texto original do projeto. Outra vigília foi marcada pelos servidores na Cinelândia para acompanhar a votação. Na sexta, a categoria se reúne em nova assembleia.
A prefeitura argumenta que aprovação da medida vai trazer inúmeros efeitos positivos para os alunos da rede municipal, como 129 mil alunos estudando em turno único; 25 mil novas vagas em creche; e 52 mil horas de esforço escolar.
*Com informações CBN
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