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Profissionais da Educação – do papel ao chão da escola

Por Edir Tereza dos Reis

Foto: Reprodução Internet
Foto: Reprodução Internet

Daki, da educação, nos propomos a uma análise impessoal sobre a valorização dos profissionais da educação, que recentemente foram homenageados com um dia oficial – 06 de agosto.


Reconhecidos como profissionais da educação todos que atuam nas escolas iniciamos o desenho dos funcionários: auxiliares de secretaria, pessoal da limpeza, merendeiras, inspetores, porteiros e vigias – em 70% da rede pública da região metropolitana, terceirizados – a justificativa é que o concurso para estes cargos ultrapassaria o teto da folha de pagamentos da educação. A indicação por parlamentares, cria um vínculo de submissão e arregimentação de votos – o trabalhador é cooptado a votar no candidato que lhe manterá o emprego.


Na qualidade dos serviços muitos profissionais valendo-se do poder local de seu candidato “ocupa” o cargo sem desempenhar a função de forma eficiente, não reconhecem o gestor e demais profissionais concursados ocasionando conflitos gerenciais no cotidiano escolar.

Outro conflito nesta relação é a polarização dos direitos entre concursados e contratados, os últimos legalmente falando, têm seus direitos garantidos no edital (que o sistema procura mil estratégias para burlar), direitos estes reivindicados ou criticados pelos contratados - como férias, recessos, abonos, etc...



Quanto aos concursados, focaremos nos professores. Trazemos a manchete: “A Prefeitura de São Gonçalo publica abertura de Processo Seletivo para contratação temporária (existem profissionais concursados a serem convocados) para os seguintes cargos: PROFESSORES DOCENTES II, PROFESSORES DOCENTES II - APOIO ESPECIALIZADO, INTÉRPRETE DE LIBRAS, ATENDIMENTO EDUCACIONAL DOMICILIAR E HOSPITALAR E BRAILE. A carga horária semanal de 40 horas. Remuneração: R$ 3.720,00 mais auxílio transporte.


O salário oferecido para 40 horas semanais está abaixo do estabelecido pela Portaria 67/2022 de R$ 3.845,63. Comparando com o salário mínimo vigente de R$ 1.212,00, vemos que o professor de 40 horas em São Gonçalo (e muitos outros municípios) recebe aproximadamente 3 salários mínimos.


De acordo com a OCDE – Organização para Cooperação e Desenvolvimento econômico o professor brasileiro recebe o pior salário entre 40 países!


Retomando a 06 de agosto – Dia dos Profissionais da Educação, refletimos sobre qual a real valorização a categoria obteve nas últimas décadas no Brasil? Os vários documentos relativos à valorização dos profissionais da educação citam horário de planejamento, formação continuada, formação em serviço e outros “atrativos”.


O professor e os demais funcionários da educação que caminham entre tensões diárias de salários aviltantes, atendimento a alunos diversos, cumprimento de metas, infra-estrutura insuficiente e a hipocrisia que atravessa o caminho entre os Direitos e a efetivação dos Direitos precisam ver a valorização dos profissionais da educação sair das linhas do papel.

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Edir Tereza dos Reis é Orientadora Pedagógica (PMDC), Supervisora Educacional (PMSG), Psicopedagoga, especialista em Neurociências, membra do Coletivo ELA – Educação Liberdade para Aprender e colaboradora da Coluna "Daki da Educação", publicada às sextas.


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