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São Gonçalo sob o olhar das alunas do Clélia Nanci, por Erick Bernardes


Professora Neuza Bastos e a diretora Mariza Caria Ribeiro/Fotos: Acervo pessoal
Professora Neuza Bastos e a diretora Mariza Caria Ribeiro/Fotos: Acervo pessoal

“Estamos nos jornais da cidade!”, falou alto uma ex-aluna que apareceu veloz como um raio, apesar de nervosa e curiosa, compartilhando a novidade com as antigas colegas dos velhos tempos de escola.


“Todas essas histórias que nós coletamos para aquele trabalho de pesquisa do Clélia Nanci e que foram escritas à máquina estão sendo lidas no Jornal Daki, por causa da boa vontade da nossa querida professora Neuza Bastos”. E assim se inicia essa narrativa. Mas, antes, uma breve explicação: o caso se deu porque a professora de Práticas Pedagógicas Neuza Bastos adquiriu o livro Cambada no evento da Fisg (Feira Integrada de São Gonçalo), acontecido no ano de 2019, quando inúmeras apresentações artísticas e oferta de produtos culturais estiveram em exposição. E lá trocamos números de telefone e e-mail. No entanto, só mesmo durante a pandemia, mais especificamente em fevereiro deste ano, é que surgiu a maravilhosa ocasião.


— Alô, sim, ele mesmo. Claro que lembro, a professora que é também artista simpática.


— Estou com a bolsa cheia das pesquisas feitas sobre SG pelas alunas do Clélia Nanci, durante as décadas que lá trabalhei antes de me aposentar. Quer vir aqui buscar? Mas prepare os músculos, hein, é muita encadernação do tempo da máquina de escrever. Vem lanchar comigo, buscar o material e conversar.


— Pra já.


Bem, caro leitor. Depois de um bolo delicioso e muita conversa acerca da nossa cidade e bate-papo sobre escolas, a ideia de começar a série de narrativas, com base nas pesquisas da alunas do IECN, deveria redundantemente começar pelo começo, claro. Então vamos ao início:

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— Pois é, Erick, eu era muito criança, morávamos no Porto Novo, minha mãe não tinha condições de pagar escola particular. Papai era funcionário civil da Marinha do Brasil, trabalhava na Ilha das Enxadas, conhece? Fica na Baía de Guanabara. Também não podia pagar escola pra mim. Daí que minha mãe foi até ao gabinete do Governador, acho que era o Celso Peçanha, e, pasme, acredita que fomos atendidos? Porém, só depois de um dia inteiro de espera. Mas fomos, ganhei uma bolsa de estudos, só então depois de já ser crescida, comecei a trabalhar e pude pagar o curso normal numa escola particular. Não havia curso de magistério gratuito ainda. Após estar formada, e já havendo curso público de magistério, fui trabalhar no Clélia Nanci, uma vida naquela escola, saudades! O resultado se vê aí, nessa bolsa que você está levando pra casa.


— Não tenho palavras, Neuza, para lhe agradecer a confiança. Obrigado, muito obrigado.


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E assim, caro leitor, daqui para frente, teremos algumas crônicas adaptadas das histórias coletadas carinhosamente pelas alunas do IECN, durante anos de trabalho árduo, mas prazeroso, pesquisas orientadas pela querida artista plástica, a professora Neuza Bastos: projeto O bairro onde eu moro. Lembrando que são adaptações de enredo, reconfigurações de investigações de décadas passadas e sobremaneira adequadas ao gênero literário.


Pois bem, aguardem as novas crônicas, uma riqueza ofertada para a gente.

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Erick Bernardes é escritor e professor mestre em Estudos Literários.

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1 comentário


janainapimentel29
18 de abr. de 2021

Estudei no IECN entre 1999 e 2001

e muito me orgulho de todos os profissionais que ali estiveram, participei do Centenário de Cecília Meireles, atuando como Cecília, grandes memórias!

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