Após cirurgia de acidente anterior, motoqueiros sofrem nova queda 45 dias depois; pacientes estão no Heat, em São Gonçalo
- Jornal Daki
- há 1 minuto
- 2 min de leitura
Um dos pacientes estava operado há apenas 45 dias e se envolveu em novo acidente, fraturando novamente a tíbia

Nas últimas três semanas, o Centro de Trauma do Hospital Estadual Alberto Torres (HEAT), em São Gonçalo, recebeu motociclistas, que após passarem por cirurgias devido a um acidente, retornam à unidade ao se envolverem em outro acidente. Médicos alertam que esses pacientes podem enfrentar complicações graves devido ao estado de saúde debilitado.
Um dos pacientes que retornou à unidade é um jovem de 27 anos, morador do bairro Itaúna, em São Gonçalo. Após 45 dias de operado – fratura exposta do fêmur – ele se envolveu em outro acidente com moto e fraturou novamente a tíbia. Foi operado em caráter de emergência e está internado sem previsão de alta.
"Esse paciente ficou conosco bastante tempo. Fizemos a reconstrução da perna dele no último dia primeiro de julho. Usamos um fixador caríssimo, que poucas unidades públicas dispõe. Hoje ele retornou ao hospital, depois de um outro acidente com moto, fez uma lesão gravíssima no fêmur, destruiu completamente o aparelho que colocamos. É enxugar gelo. A luta é grande", declara o médico Carlos Neves, um dos coordenadores do setor de ortopedia do HEAT.
Os acidentes com motos no Hospital Estadual Alberto Torres têm gerado grande preocupação devido ao aumento da frequência e gravidade. O HEAT, referência em trauma de alta e média complexidade no Estado do Rio de Janeiro, tem registrado um número crescente de atendimentos de vítimas de acidentes com motos, muitos deles relacionados à imprudência. E, nas últimas semanas, casos reincidentes.
“Essa situação tem sobrecarregado o sistema de saúde, impactando o atendimento de outras emergências e cirurgias programadas, além de demandar um alto consumo de bolsas de sangue. Recebemos diariamente uma grande quantidade de pacientes envolvidos em acidentes com moto. Atendemos, estabilizamos, operamos em caráter de emergência ou programamos a cirurgia com toda segurança”, explica Carlos Neves.
Diante do aumento expressivo na demanda, o HEAT passou por obras de adequação estrutural para ampliar sua capacidade de atendimento. O centro cirúrgico interno foi ampliado com a adição de uma nova sala, o que permitiu um aumento de aproximadamente 30% no número de procedimentos mensais. A unidade também recebeu novos equipamentos e materiais de última geração.
“São pacientes extremamente graves, que demandam cuidados de todas as especialidades, como ortopedia, cirurgia geral, neurocirurgia e bucomaxilofacial. Demandam também bolsas de sangue e leitos, alguns por longo tempo. Temos que frear estes números. São acidentes que podem ser evitados. Muitos saem bem, outros com graves sequelas, mas alguns não sobrevivem” explica o coordenador do centro de trauma do HEAT, médico Marcelo Pessoa.
Entre no nosso grupo de WhatsApp AQUI.
Entre no nosso grupo do Telegram AQUI.
Ajude a fortalecer nosso jornalismo independente contribuindo com a campanha 'Sou Daki e Apoio' de financiamento coletivo do Jornal Daki. Clique AQUI e contribua.