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Meu Tamoio, meu - por Paulinho Freitas

SÃO GONÇALO DE AFETOS

Foto: Layla Mussi/OSG
Foto: Layla Mussi/OSG

Diante deste triste noticiário sobre a possível demolição do clube Tamoio, me veio à lembrança das vezes, quando adolescente, ter momentos de grande felicidade naquele lugar. Os finais de semana na piscina olhando as meninas de biquíni, sonhando um dia namorar uma delas ou observando as mesas de jogo de buraco ou ainda dançando ao som de Lafayete, Gurisom e outros conjuntos da época, grandes lembranças da boate, dos bailes de carnaval...


Ô saudade de um tempo, de uma vida que vai passando e a gente vai tentando agarrar para que não se vá, mas ela como água vai passando entre os dedos, saindo de fininho, se afastando e deixando aquele perfume de saudade no coração da gente batendo descompassado e feliz de lembrar.


Os personagens que passaram por esta novela são inesquecíveis, a garota que se achava "miss" e olhava os meninos por cima do ombro, mas não sabia que por despeito e para nos vingar do desprezo que ela nos dava, púnhamos apelidos e ríamos dela pelas costas embora o coração chorasse de desejo.


O porteiro Sr. “Cachimbo” o qual era impossível passar na roleta por ele sem a carteirinha ou com a mensalidade vencida, mas com um pedido cheio de tristeza comovia o carrancudo homem e entrávamos felizes. Os saradões e metidos a valente estão sempre presentes em qualquer época, o namorador e namoradeira... Tantos lembrados e tantas lembranças ainda.


Da última vez que lá estive foi numa feijoada que a Ala de Compositores do GRESU Porto da Pedra realizou no ginásio do clube, uma tarde mágica de muito samba, bate papo e cerveja gelada, ingredientes para momentos felizes.


No final do evento chovia muito e depois de desmontarmos o evento, todos indo embora e eu fui o responsável por fechar o enorme portão do ginásio, confesso que com lágrima nos olhos, eu que olhava aqueles portões como se fosse as portas de um imponente castelo e tinha o maior respeito por quem tinha o poder de abri-los e fechá-los agora era o senhor dos portais. Arrastei uma parte e fechei o enorme trinco, arrastei e juntei com esta a outra parte e bati o imenso cadeado com o orgulho de um viking após conquistar mais um palácio.


Acho que estes vereadores e as pessoas envolvidas no apagar de tantas lembranças que vão saindo de nossas mentes com a idade, mas que reaparecem cada vez mais forte a cada vez que passamos pela frente do clube, jamais entenderão o que representa o Clube Tamoio no coração de cada sócio ou de cada Gonçalense que viveu e cresceu Tamoio, alguns de nós começamos nossas famílias ali em suas dependências, nossos filhos e os filhos desses também.


Somos todos Clube Tamoio! Eles... Jamais o serão!

 

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Paulinho Freitas é sambista, compositor e escritor.






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