Pensamentos, Pensadores, Ação - por Paulinho Freitas
SÃO GONÇALO DE AFETOS
Todo e qualquer intelectual usa outro pensador para expressar suas certezas diante de algum fato da vida. Tiram do Dante, o inferno que ele dividiu num poema de nove cantos. Deitam falação em cima do que ele afirma ou acredita. Tiram de Nietzsche, Karl Marx e tantos outros, frases e pensamentos sobre economia e de como o mundo deve tratar sua população.
Isso nas palavras soa tão bonito que alguns políticos são eleitos só pelas frases de efeito repetidas e que nunca tentaram entender, quanto mais pôr em prática. Alguns líderes comunitários, pessoas comuns e ignoradas pelos poderes, assim com alguns “à margem da sociedade,” fazem melhor uso destes ensinamentos sem mesmo o terem lido uma única vez.
O que o poder pensa? Será que ele acha que vai se perpetuar sem nenhuma consequência? Não, não vai não. As classes inferiores estão como formigas, uns dando as mãos aos outros e chegarão ao topo antes que “O sol da liberdade em raios fúlgidos” brilhe no instante deles.
“Estamos chegando!” Gritam alguns. Cito Nêgo Bispo que viveu querendo ser exatamente o que era e morreu sendo espelho de tudo o que oralizou a todos nós. Este é um pensador para ser citado e seguido.
Outros que pensaram, não puseram e nem tentaram pôr seus pensamentos em prática, até porque, os sempre citados viveram numa realidade muito diferente dos alvos de seus pensamentos.
Quando vejo o povo preto, por exemplo, nas âncoras de jornais televisivos, protagonizando filmes, séries e novelas, dirigindo grandes empresas, sendo eleitos deputados, senadores, ministros e até presidindo grandes potências do mundo, a única frase que me vem à cabeça é a de um professor comprometido com a educação das pessoas e a valorização daqueles que passam a vida aprendendo para ensinar: “CHEGAMOS!”
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Paulinho Freitas é sambista, compositor e escritor.
