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Entenda a traição que causou a renúncia do líder do governo Bolsonaro

O senador Fernando Bezerra (MDB-PE) renunciou nesta quarta (15)


Foto: Jane de Araújo/Agência Senado)
Foto: Jane de Araújo/Agência Senado

DCM - O senador Fernando Bezerra (MDB-PE) renunciou, nesta quarta (15), ao cargo de líder do governo Bolsonaro. Ele foi alvo de uma traição por parte de parlamentares governistas.


Bezerra era, até ontem, dado como favorito a vencer a votação que escolheu o novo ministro do Tribunal de Contas da União (TCU). A estimativa era de 37 votos para o emedebista, 26 a 28 para Antonio Anastasia (PSD-MG) e de 15 e 18 para Kátia Abreu (PP-TO).




A estimativa era do Palácio do Planalto e foi confirmada por oposicionistas. O resultado, no entanto, foi completamente diferente.


A Casa acabou aprovando o nome de Antonio Anastasia, que obteve 52 votos. Kátia ficou atrás, com 19, e Bezerra recebeu míseros 7 votos.

O senador disse a interlocutores que se sentiu traído. E com razão. No dia da votação, os senadores governistas mudaram de lado, passando a apoiar Anastasia. A onda de vira-casacas veio após o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), declarar apoio ao seu correligionário.




Um aliado do pernambucano afirmou ao colunista Valdo Cruz que ele sentiu traído e culpou o governo por sua renúncia. “O líder não merecia isso, se empenhou pela votação de propostas importantes do governo, reforma da Previdência, privatização da Eletrobras e, agora, a PEC dos Precatórios. O governo não teve a decência de avisá-lo que ele não teria mais os votos dos governistas, ele teria retirado sua candidatura”.


Para criar dificuldades à eleição do governista, o Tribunal de Cotas da União aprovou uma resolução que veta a nomeação de indicados que respondam a ação penal por crime doloso contra a administração pública ou ação de improbidade administrativa.




Em sua defesa, ele disse não ter sido “condenado em ação de improbidade administrativa tendo sido absolvido na primeira e na segunda instância quando foi proposta ação em meu desfavor.”


No final, o TCU conseguiu o que queria: Fernando Bezerra passou vergonha na votação e foi derrotado.


O presidente da República descobriu que o líder do governo estava usando as negociações da PEC dos Precatórios para benefício próprio. O parlamentar queria ser escolhido pelos colegas para ocupar à cadeira do TCU.




Conforme apurou o DCM, o chefe do executivo federal foi acionado pelo filho, Flávio. Ele explicou para o pai toda a história. E perguntou se o governante deu o aval para Bezerra fazer a negociação. Jair Messias disse que não. Seu filho mais velho então avisou que aquilo estava confundindo os senadores. Todos tinham certeza que Fernando era o nome predileto de Bolsonaro.


O presidente da República pegou o telefone e chamou o líder do governo para encontrá-lo no Palácio do Planalto. O ex-capitão colocou as cartas na mesa e perguntou ao congressista que ordenou que ele negociasse uma vaga no TCU. “O questionamento foi muito duro e direto”, falou um aliado do bolsonarismo.




O senador afirmou que ele estava negociando independentemente, sem citar o nome do presidente. Bolsonaro contou que os senadores estavam acreditando que o líder do governo era uma indicação dele. “Então o presidente perguntou se o Bezerra deixou claro que ele não era uma indicação. O senador falou que não tinha dito nada”, explicou uma fonte ao DCM.


“Foi aí que ele perdeu a paciência e falou: ‘Tá pensando quem é quem? Você tá se achando. Tem que ter postura de líder. Não quero que você negocie nada. Ou deixe claro que não tenho nada a ver com isso’. Ele foi direto. O Palácio não quer se envolver nesse assunto”, completou.


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