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Esquerda banguela perde espaço eleitoral no Brasil

Por Helcio Albano


Matéria do UOL hoje mostra que a esquerda vai perder por WO em 846 cidades brasilieiras. Ou seja, o vermelho desapareceu da disputa de prefeito e vereador em 15% dos municípios. Como esquerda, o site considerou PT, PDT, PSB, Rede, PSOL, PCdoB, PSTU, UP, PCB e PV.


Das 26 capitais, em apenas 4 a esquerda tem chance de vitória: em Recife, com João Campos (PSB), São Paulo com Boulos (PSOL), Goiania com Adriana Accorsi (PT) e Porto Alegre com Maria do Rosário (PT).


A rejeição à esquerda é mais radical (e às vezes raivosa) no Sul do Brasil (com destaque para Santa Catarina) e em regiões do interior influenciado pelo agro, que toca fogo no país.


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Numa passagem de olho pelo cenário eleitoral, vemos que reinarão novamente os partidos do centrão, com MDB e PSD à frente, seguido de União Brasil, PP e Republicanos.


O PL, que reivindica para si o direitismo mais truculento, vai bem onde isolou Bolsonaro da campanha, retomando o fisiologismo entranhado em seu DNA, como em São Gonçalo.



O que aconteceu para esse enfraquecimento e perda de terreno da esquerda no Brasil? Temos Lula presidente, indicadores econômicos bombando, retorno dos investimentos sociais... O que houve?


Novamente se prova que o nacional pouco interfere no local em eleições municipais. Este é um ponto. Mas ainda vivemos no ciclo de hegemonia política da direita que começou em 2013.


Tem uma coisa, porém, que trava a reversão desse quadro: a esquerda aceitou gerir de bom grado o neoliberalismo em terras brasilis e a velha institucionalidade de compadrio do atraso. Perdeu os dentes.


E parece bem com a papa de milho e soja transgênica que lhe dão no cativeiro.

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Helcio Albano é jornalista e editor-chefe do Jornal Daki.

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