Marielle, 2018 e o papo com Chico em São Gonçalo
Por Helcio Albano
O ano era o trevoso 2018. Mais precisamente agosto, já com a tensa [e atípica] campanha eleitoral comendo solta. Fui convidado para cobrir um evento com os principais candidatos do Psol, na sede do partido, em São Gonçalo, no bairro Patronato. Além do anfitrião, Prof. Josemar, que concorria à Alerj, estavam lá Chico Alencar, que tentava o Senado, e Tarcísio Motta, que mirava o Guanabara. E foi com Chico que troquei dois dedos de prosa.
O assunto dominante, óbvio, foi Marielle Franco. Se hoje, cinco anos depois, o tema é doído, imagina ali. Fora assassinada meses antes.
O velho de guerra Chico estava assustado com tudo quanto é desgraça ocorrendo ao mesmo tempo. Professor de História e parlamentar experiente, ele sabia que estávamos diante de um disruptura social e política profunda em que o triunfo do conservadorismo e do reacionarismo era inevitável. E a morte de Marielle foi o prenúncio disso.
A mulher negra da Maré transitava com desenvoltura em todos os espaços. Desde favela à Academia. E em cada lugar desse, dominava suas linguagens com carisma e maestria.
O Psol, com Marielle, trabalhava com a perspectiva de tirar de si a pecha de "Esquerda Leblon" e de se "deselitizar" sem perder a sofisticação política necessária para lidar com os temas de um novo tempo com novos desafios. Tudo isso foi posto à prova no fatídico 14 de março do trevoso ano.
A Polícia Federal retomou as investigações do caso Marielle. Sabemos que quem apertou o gatilho foi a milícia.
Que tal o então interventor no Rio, o general Braga Netto, responder umas perguntinhas?
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