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Falta de informação e negligência 'quebram' quarentena em São Gonçalo

Boa parte dos gonçalenses não respeita medidas de isolamento social para deter pandemia


Por Claudio Figueiras

O guarda municipal Marcus Vinícius posta em seu Facebook o dia a dia da quarentena em SG/Foto: Divulgação
O guarda municipal Marcus Vinícius posta em seu Facebook o dia a dia da quarentena em SG/Foto: Divulgação

Em época de quarentena e de distanciamento social devido à pandemia de Covid-19, tem chamado atenção a atitude negligente de boa parte da população gonçalense que não está respeitando as medidas sanitárias tomadas pelo município de combate à transmissão do patógeno da doença, o coronavírus.


Desde o dia 13 de março, a Prefeitura publicou diversos decretos que determinam, dentre outras coisas, o fechamento de escolas e de estabelecimentos comerciais não essenciais, além de proibir aglomerações em vias públicas da cidade.


As medidas, recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Ministério da Saúde, foram bem recebidas na primeira semana, mas depois a coisa desandou e parece que muita gente apertou o foda-se!.


Pelo menos de dez dias para cá, as redes sociais estão sendo inundadas de fotos e vídeos, de diversos bairros da cidade, de moradores lotando supermercados ou se acotovelando em ônibus lotados e em filas de banco.


- A população respeita a quarentena em parte. Acho que muita gente não acredita no real perigo do vírus. A pessoa só acredita quando um vizinho ou alguém da família morre. Porque tirando isso, parece que é um mal distante que só acontece com outros. Eu vejo muito nas filas dos mercados e bancos as pessoas não respeitarem a distância mínima (1,5m). Existe realmente aglomeração - relata Marcus Vinícius, guarda municipal de São Gonçalo que trabalha no Centro e usa seu perfil no Facebook para postar fatos do cotidiano da cidade durante a pandemia.


Hoje (9/3), houve tumulto em dois pontos da cidade. Em Alcântara, ambulantes protestaram contra fiscais de Posturas que reprimem a montagem de barracas e a venda de produtos pelos camelôs, marcas registradas do bairro.


No Centro, foi a vez da revolta de moradores da cidade que procuraram a Receita Federal para regularizarem os CPF's cancelados pelo TRE. O documento regular é pré-requisito para o recebimento da renda emergencial de R$ 600, que será paga pelo governo federal afim de amenizar as dificuldades financeiras inevitáveis, no mínimo pelos próximos três meses.


- Penso que o conflito em Alcântara ocorreu porque os camelôs querem ganhar um troco nesse feriado e não conseguem trabalhar. É difícil conciliar a quarentena com a galera urrando. Ao mesmo tempo que a gente precisa respeitar as recomendações de isolamento, é preciso trabalhar pra se ter uma renda. A equação não fecha. Mas também acho que falta estrutura de fiscalização como vemos em outras cidades para a quarentena ser respeitada - observa Vinícius.


São Gonçalo tem 1,2 milhão de habitantes e, segundo dados do Dieese, possui apenas 107 mil empregos formais. A maioria dos gonçalenses trabalha em outras cidades ou são informais. Só no Bolsa Família, são mais de 55 mil pessoas inscritas. Já o IBGE aponta para 34,5% da população com renda per capita de até 1/2 salário mínimo, ou seja, R$ 520,00.


Isso explica o desespero/revolta de hoje no Centro.


Mas atenção! Funcionários da Receita, em sua maioria do grupo de risco do Covid-19, cumprem quarentena, por isso as agências não têm pessoal suficiente para atender a demanda extra. Porém, é possível regularizar o CPF acessando o site da receita neste link: http://receita.economia.gov.br/ usando esse passo a passo abaixo.





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