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Profa. Lourdes Brazil sofre agressão racista na UFF e desabafa: 'Indignação e revolta!'


Professora Lourdes Brazil/Foto: Reprodução Facebook
Professora Lourdes Brazil/Foto: Reprodução Facebook

A Professora Lourdes Brazil, amiga querida, colaboradora do Jornal Daki, conceituada no Brasil e no exterior, idealizadora do Projeto Gênesis de Educação Ambiental no bairro Colubandê, foi covardemente agredida por um aluno em seu ambiente de trabalho na Universidade Federal Fluminense enquanto ministrava aulas como docente convidada.


Nessas horas os tons de revolta e indignação ficam ainda mais retintos como a pele negra da Professora agredida. Temos que acabar com isso! A Justiça precisa agir para ser feita e os racistas punidos em igual teor de sua ofensa! CHEGA!


Leia abaixo o relato-desabafo da Professora.



A DOR DE UMA AGRESSÃO RACISTA


Com muita DOR, INDIGNACAO E REVOLTA venho divulgar uma terrível agressão racista que sofri no dia 19 de novembro. O autor foi um aluno de uma das disciplinas que ministro, como convidada, na UFF.


Agressão premeditada que começou durante a aula na sexta feira, quando fez comentários debochados sobre um comentário positivo de uma aluna sobre alguns dos trabalhos por mim desenvolvidos. A agressão prosseguiu a noite no grupo de conversas quando postei a divulgação de uma palestra que eu daria sobre questões raciais. O aluno escreveu a palavra guapa que significa bonita!? E em seguida postou o gif de um macaco comendo banana!


DOR. REVOLTA. INDIGNACAO me impulsionam a tomar as providencias cabíveis. Já contactei advogadas e pretendo fazer tudo o que a lei prevê para que esse homem arque com as consequências de suas agressões racistas e sexistas.


Farei isso por mim e em nome dos milhões de pessoas negras sequestradas da África, humilhadas, torturadas, assassinadas nos navios negreiros, nas fazendas e senzalas por mais de três séculos.


Em nome das pessoas negras lançadas na rua da miséria e amargura, com a abolição da escravidão, depois de três séculos de participação na construção das riquezas desse país Em nome dos milhões de pessoas negras atingidos por um processo de gentrificação negra que os privou da permanência em locais urbanizados das cidades brasileiras.


Em nome das pessoas negras jogadas para as favelas, periferias, verdadeiros territórios-senzalas, que adoecem e matam Em nome das pessoas negras que tem suas vidas marcadas pelas desigualdades em termos de esperança de vida, acesso à educação, nível de renda, saúde, violência...



Em nome das mulheres negras que permanecem na base da pirâmide social, com todas as implicações concretas e simbólicas que esta localização representa Em nome dos muitos jovens negros assassinados em suas comunidades, sequestrados, abatidos.


Mas principalmente em nome das crianças negras que precisam ter acesso a um país com igualdade e justiça.


Em meu nome e em nome delas e deles.


Profa. Lourdes Brazil.



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