Ignácio Ribeiro ou Mocotó: Amor à vida, ao Samba e à Viradouro, por Oswaldo Mendes
- Jornal Daki

- 17 de mai. de 2020
- 2 min de leitura

Carioca da Gema, da Penha, nascido em 17 de março de 1952, mudou depois para Ramos, veio para Niterói quando menino. Do Fonseca ao Morro do Estado onde cresceu e ainda tem forte ligação e muitas lembranças como Bafo do Tigre, Império do Estado e Academia Operária do Estado, vindo posteriormente para São Gonçalo, no Porto da Madama, onde declara seu amor incondicional.
Família de Sambistas. Família ligada à Cultura e Educação. Bem que fica muito difícil desligar ou não correlacionar a Cultura com Educação. Família que leva no currículo como uns dos fundadores da GRES Imperatriz Leopoldinense.
Nos idos de 1974, quando trabalhava na empresa Coqueiro e posteriormente a Quacker, começou a frequentar agremiações na cidade, sem ainda muito conhecer seja o município, os moradores e sua cultura.
Da empresa veio o apelido em função dos Sambas de Terreiro que participava com a temática muito frequente que era Mocotó.
Em 1974 para 1975 seu amigo Marinho o convidou para desfilar no então Bloco Carnavalesco Boêmios da Madama, pois até tirava “uma onda” de Passista. Passado o carnaval foi convidado pelo então presidente da agremiação Walter Cachiguelê – irmão do presidente e diretor de bateria - para concorrer na escolha de samba da escola e lhe deram uma sinopse, a qual é o enredo que a escola vai apresentar no carnaval e seus detalhes. Era o início com “A Festa das Iabas”, isto em 1976 para o carnaval de 1977, sendo o vencedor, ganhando nesta agremiação três sambas.
Por ser desconhecido na Comunidade refutou inicialmente ao convite, sendo convencido a participar.
O Boêmios tinha como diferenciação de não se cantar sambas gravados e sim dando a oportunidade a novos compositores de apresentar suas obras em festivais, em sambas de terreiros e concursos de samba. Escola raiz.
Lembra-se de diversos compositores, dentre os quais o Quina, Ika – irmão do Quina, saudosos Jaci Copacabana e Jorge Marinheiro, Deusdemos, Valdir Café, Huguinho, Ademir, Adilson Capoteiro, Professor Mascote que também participava da GRES Vila Isabel, Luiz Vivas, dentre outros, que participavam da Boêmios.
Com o sucesso na Boêmios da Madama e a paralisação da escola, passou a frequentar outras agremiações, dentre elas o Bafo do Tigre, Canarinhos da Engenhoca, Corações Unidos, Chaleira e Camisolão. Escola de Samba não fecha, mas dá um tempo para que possam recontar e reviver a sua história. E ficou uma linda história.
“Relembramos com saudades os velhos tempos que não voltam mais” parte do seu samba em parceira com PC Portugal e Pedro Paulo, já no GRES Camisolão com o enredo “Os antigos carnavais”.
Do verde e branco da Boêmios, já órfão de escola, para a verde e branco da GRES na Cubango com a parceria de PC Portugal e Amilson Leão, onde ficou um ano.
No carnaval de 1989 para 1990 concorreu já na GRES Viradouro, com o enredo “Só vale o escrito”. Disputou e perdeu sete sambas seguidos, porém, a partir disso ganhou sete anos. Da Viradouro nunca mais saiu e se apaixonou.
Gandaia e o Amor está no ar estão dentre os seus sambas vencedores e inclusive o samba campeão do carnaval de 1997.
Tem sua vida marcada pelo amor incondicional à vida, à família, ao Samba, ao trabalho, à Viradouro e a um sem números de amigos: Mocotó é exemplo!

Oswaldo Mendes é engenheiro e escreve aos domingos.















































































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