O dono da bola, por Helcio Albano
A Sessão que aprovou as contas do prefeito José Luiz Nanci na noite de quarta (21) dá sinais importantes que já são reflexo direto da disputa à vera do ano que vem. O primeiro e mais óbvio desses sinais é que o prefeito mantém uma base ainda mais sólida na Câmara, e a oposição, conhecida como o grupo dos 9, virou de ponta a cabeça em 6, número de votos que acompanhou parecer prévio do TCE.
Foi uma vitória incontestável dos que sustentam o prefeito, embora gente (sóbria e competente) do seu grupo tema que por causa disso o alcaide ceda à soberba e aprofunde ainda mais os erros políticos que vem cometendo e se safando graças e somente a caprichos conjunturais alheios à sua vontade e controle.
Por outro lado, e complementar a isso, é muito provável que Nanci, mui zeloso à sua biografia e preocupado em preservar o sobrenome e história de sua família na cidade, tenha se convencido em tirar o time de campo e abrir espaço a um nome dentro do seu próprio partido (Cidadania) ou apoiado por ele na sucessão à prefeitura.
Pode ser, pode ser...
Mas o personagem central dessa história chama-se Diney Marins, presidente da Câmara, também Cidadania. Ele é o ‘dono da bola’, pelo menos até o fim do ‘campeonato’ em outubro de 2020. Sábio, deixou claro que não vai ceder aos apetites vulgares e imediatos do poder. És, hoje, o senhor do tempo e do espaço políticos em São Gonçalo.
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O jovem gonçalense Willian Augusto da Silva, de apenas 20 anos, foi abatido, eliminado, executado - o adjetivo fica por sua conta - por forças policiais após manter 39 pessoas reféns de, ao que tudo indica - um surto psicótico que chamou para si a própria morte. Relatos dão conta que ele gritava em silêncio por ajuda que nunca chegou. Familiares chegaram a afirmar que foi diagnosticado com depressão. Mas, novamente, nada foi feito.
Willian não era um criminoso. Era uma vítima como todos aqueles presos à linha 2520D.
Helcio Albano é jornalista editor do Jornal Daki.