top of page

'O Rio de Janeiro continua sendo'... - por Oscar Bessa


Freixo, Ceciliano e Lula na Cinelândia/Foto: Ricardo Stuckert
Freixo, Ceciliano e Lula na Cinelândia/Foto: Ricardo Stuckert

A polêmica envolvendo a vaga para o senado tem consigo duas questões de fundo: um importante segmento da classe média que vota na esquerda tem dificuldade de aceitar figuras periféricas, a outra é presente nas contradições de quem toma decisões. Quem governa muitas vezes não tem condições de se esquivar de escolhas difíceis ou temas indesejados. É aí que o sujeito percebe o quanto a vida é difícil.


É no mínimo curioso ver alguns tratando de qualidades como se fossem desvios. Depois de uma avalanche que destruiu a economia do estado e junto importantes lideranças que comandavam a politica local. A figura de André Ceciliano surge como tampão e se consolida em um polo de aglutinação pela sua capacidade de diálogo e responsabilidade politica em contribuir com a construção de uma agenda de recuperação do Estado.


A presidência da ALERJ tornou-se um dique de contenção ao ataque de direitos, do avanço conservador e constituiu-se em um poder do diálogo, do respeito às diversidades, da democracia, onde todas, todos e todes tiveram espaço para debater suas pautas.


Tudo isso converge em um desafio de um estado que precisa de um senador com capacidade de dialogo e negociação, adjetivos que poderão somar com a necessidade de Lula em ter a seu lado pessoas capazes de ajudar a construir uma sólida unidade em prol da reconstrução do Brasil, nos marcos do que foi feito por André aqui no Rio de Janeiro.




O período recente foi marcado por fatos que imprimiram marcas profundas na difícil realidade diária do povo. A consequência da implosão da política foi a ascensão do conservadorismo e o custo disso foi em vidas, empregos e trouxe de volta o fantasma da fome aos lares brasileiros. O estado policial e suas figuras que dia a dia vão sendo desmascarados (alguns se arrependeram) conduziram até aqui nossos rumos a uma aventura cheia de perigos.


O desafio de mudar essa rota e reconstruir o país não é fácil, exige de nós muita coragem para enfrentar o medo e responsabilidade com o que deve ser o objetivo principal: a reconstrução do Brasil. Nesse espírito presenciamos diversos movimentos de construção de pontes e sínteses, onde as diferenças postas de lado deram vez à unidade em prol da democracia e da reversão do cenário de desalento atual. A Chapa Lula-Alckmin é um exemplo disso.


O Rio de Janeiro, terceiro maior colégio eleitoral do Brasil, berço do projeto de autoritarismo destrutivo que hoje entrega nossas riquezas e agride nossas esperanças em dias melhores é sem dúvida a arena principal deste debate. E isso exige das forças políticas e da sociedade em geral muita sobriedade e coerência para que ao fim de tudo possa ocupar seu lugar de destaque no âmbito nacional.


A sua economia sempre foi um pilar para o desenvolvimento nacional, a sua vocação no campo das artes e da ciência sempre colocaram está unidade da federação à frente dos principais debates nacionais. Hoje é quem mais sofre com os desdobramentos da lava jato, tem desemprego acima da média nacional e um estado em solvência financeira.


Estas questões por si só deveriam motivar a construção de uma ampla frente em defesa do Rio, do Brasil e da democracia. No entanto os entraves na definição da chapa alinhada à candidatura de Lula trazem antigos dilemas à baila e motiva essa reflexão. Não é tempo para vaidades, sectarismos e preciosismos.

 

Ajude a fortalecer nosso jornalismo independente contribuindo com a campanha 'Sou Daki e Apoio' de financiamento coletivo do Jornal Daki. Clique AQUI e contribua.

Oscar Bessa é militante e dirigente do Partido dos Trabalhadores (PT), graduando em Geografia pela UERJ FPP e coordenador do movimento São Gonçalo Vale a Luta.




POLÍTICA

KOTIDIANO

CULTURA

TENDÊNCIAS
& DEBATES

telegram cor.png
bottom of page