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As similitudes entre o Bateau Mouche e a traineira Caiçara

Por Helcio Albano

Arte: Reprodução
Arte: Reprodução

Na tarde de domingo (5) um forte vendaval seguido de um temporal virou uma traineira próxima à Ilha de Paquetá com 14 pessoas. 6 morreram e 2 ainda estão desaparecidas nas águas da Guanabara. As mesmas águas que em 31 de dezembro de 1988, minutos antes do réveillon, foram o sepulcro de 56 pessoas vítimas do naufrágio do Bateau Mouche IV.


A tragédia gerou comoção geral porque, além de figuras da alta burguesia carioca e de turistas estrangeiros, estava entre as vítimas a atriz global Yara Amaral. Abriu-se uma discussão interminável sobre possíveis responsáveis e falhas na segurança. E depois de muitas idas e vindas na Justiça, quase ninguém foi punido à altura do dolo cometido no episódio.



Nesta terça (7) tem-se a mesma ladainha no caso da traineira. "Especialistas" consultados pelo Globo dizem que houve erro na segurança e blablablá... Ora, toda a Baía de Guanabara é um erro, uma zona franca do ilícito na cara de todo mundo e ninguém faz nada. Um verdadeiro cemitério de embarcações quando eventualmente também o é de gente.



A Baía de Guanabara e seu entorno são uma síntese do Rio de Janeiro. Um paraíso deliberadamente avacalhado. Não há em nenhum lugar do planeta uma gente que destrói deliberadamente o lugar em que vive e que faz questão de nada funcionar, nem uma mísera fiscalização que obrigue o uso de colete salva-vidas numa criança antes de embarcar num barco. Seja um Bateau Mouche ou a Caiçara, uma traineira suburbana.


E o cinismo impera. Pesado.


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Helcio Albano é jornalista e editor-chefe do Jornal Daki.








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