Coisas que ecoaram nas paredes rugosas do meu cérebro
- Jornal Daki

- 13 de jul.
- 2 min de leitura
Por D.Freitas

Ouvi perguntas que se resumiam basicamente em: Por que todo artista é maluco?
A resposta é que nem todos são, apenas, os bons. Então ouvi perguntas sobre o motivo de todos eles serem assim e então vaguei um tempo sem essa resposta. Percorri o deserto da dúvida, as alamedas da confusão e as rotatórias das quase certezas. Tudo isso a pé em um solo completamente irregular e de um material metafísico. Na verdade não sei bem se era metafísico. Não sei de verdade nem o que é metafísico, mas parecia.
Os artistas bons, não são todos loucos, só veem um pouco mais além dos demais. Conheci um, certa vez, nestas andanças pelas estrelas e ele me disse que toda imagem é composta por pontos, traços e luz. Manipular a luz cria formas e as formas criam quadros, fotografias, artesanato e tudo o que é visível em imagem. Ouvi falar que fomos criados também de luz. Desde então vejo pintores como deuses. Então ouvi que também posso ser um deus. Ri. Fui contra golpeado por argumento sólido que disparou: você me criou.
Ouvi esse argumento de um pintor que conheci caminhando pelas estrelas. Depois do deserto, das alamedas e das rotatórias. Ouvi as vozes das mulheres que encontrei nos quartos dos apartamentos, nos assentos traseiros dos carros e das figuras míticas dos bosques. Ouvi os argumentos boêmios de bares que só existiram no meu mundo particular. Ouvi conselhos dos meus antepassados que nunca tive a oportunidade de saber verdadeiramente qual era sua voz... Tudo isso gritando ao mesmo tempo dentro da minha cabeça. Ecoando pelas rugas do meu cérebro.
Mais risos.
-Talvez todo artista seja maluco. Não só os bons.
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Davi Freitas (D.Freitas) nasceu em São Gonçalo, cria da cultura gonçalense, desde sempre conviveu com músicos, poetas e escritores. autodidata, aprendeu violão e bateria sozinho e junto com o irmão Lucas Freitas fez algumas apresentações até ter, por motivos profissionais, que mudar de estado. Como escritor, participou, pela Editora Apologia Brasil da Antologia em Tempos Pandêmicos e inicia agora sua trajetória no mundo das crônicas e contos.













































































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